Potencializar a discussão de uma nova agenda para o Brasil, concluindo, agora, no século XXI, tarefas que iniciamos no século passado, foi a tarefa que o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, passou para a militância do seu partido ao fazer palestra de abertura do Encontro Estadual de Vereadores do PSB de Pernambuco, realizado nesta segunda-feira (27), no Recife (PE). Mais de 150 vereadores filiados à sigla no Estado de Pernambuco participaram do encontro.
“A agenda do século XX transbordou para o século XXI. Tivemos um 2011 pior que 2010, um 2012 pior que 2011, e temos um 2013 para ser ganho ainda, com dificuldades. Muitas medidas importantes, corajosas foram tomadas, mas o fato real é que aquilo que antes fazia efeito rápido no crescimento econômico não conseguiu fazer efeito. Antes, com aquelas desonerações tributárias que sacrificam os recursos das prefeituras, dos estados, vinha um crescimento rápido de um lado, e se repunha aquilo que se perdia. Dessa feita, se perdeu a receita por um lado e não veio o crescimento econômico que repunha a receita do outro. O Brasil precisa ler essas cartas para ocupar as janelas de oportunidades, que são muitas”, afirmou Eduardo.
O dirigente comparou a atual situação com a crise capitalista de 1929, quando o Brasil fez daquela situação uma oportunidade de crescimento. “Neste momento, nós precisamos fazer com a sociedade um debate que enxergue nessa dimensão. Às vezes, esse debate fica interditado pela interpretação de que qualquer questão como essa está ligada ao debate eleitoral, e não é. Uma das responsabilidades disso é do calendário eleitoral brasileiro. Sinceramente, está provado que não dá para viver com eleição de dois em dois anos, isso está fazendo mal ao Brasil. A gente sai de uma, e qualquer coisa que se fale já é outra, e você emperra a máquina pública. Tem hora que a União não pode conveniar com o estado, tem hora que o estado não pode conveniar com o município, porque tem eleição. Isso é algo que nós precisamos ter a coragem de romper, fazer a coincidência dos mandatos, para a cada eleição a gente poder fazer o debate com essa profundidade. Trazer as questões que muitas vezes ficam descoladas da vida política do Brasil”, observou.
Para Eduardo, já está mais do que no momento de se discutir o pacto federativo. O presidente nacional do PSB conclamou os vereadores correligionários a levarem esse debate para as comunidades. “Esse é um debate de certa forma distante do cotidiano do nosso povo, mas nós precisamos que os vereadores aproximem esse debate da vida das comunidades. Porque nós precisamos evoluir nas políticas públicas de educação, segurança, saúde, melhorar a qualidade do serviço público, reduzir carga tributária, crescer, redistribuir recursos, e não vamos fazer nada disso se não tivermos capacidade de ter mais eficiência na máquina pública”, afirmou Eduardo.
“É importante que se tenha as políticas sociais, sim. A gente sabe o que representa ter 13 milhões de brasileiros no Bolsa Família, o que representa o Chapéu de Palha em Pernambuco. Mas estamos vendo hoje as filhas do Bolsa Família serem mães do Bolsa Família. A gente vai assistir a elas serem avós do Bolsa Família? Como fazemos para que se rompa, se não por uma política de educação transformadora? O País tem e deve segurar as políticas sociais, porque nação que quer ter justiça e equilíbrio, não pode deixar de proteger os vulneráveis. Mas para romper com isso, temos que fazer Educação”, completou.
Por conta da disposição de ouvir o povo, apontou Eduardo, o PSB vem crescendo, e “seguirá crescendo”. “Sabemos que esse crescimento do PSB tem sido contínuo. Crescemos e muito em todas as últimas eleições. E o PSB vai seguir crescendo, podem ficar tranquilos, porque o crescimento do PSB vem em função do que nós representamos, que é a possibilidade da utopia valer na política, das pessoas sentirem que é possível fazer mais, diferente, com jeito humano, ouvindo, fazer com muitos, mas com quem quer fazer a política com seriedade, honrando os compromissos. E nós saberemos preservar o que nós conquistamos na sociedade brasileira, que é um enorme respeito”, comentou Eduardo.
O presidente do PSB afirmou ainda que o PSB tem muito clareza de que 2013 é um ano fundamental para a nação brasileira e que não deve ser ocupado pelo debate eleitoral. “Respeitamos quem quer fazer esse debate, mas não é o nosso caso, não é bom para o Brasil, e não sendo bom para o Brasil não é bom para o PSB. Em 2014, vamos resolver olhando para o futuro, para a nossa história, como sempre fizemos. Vamos ficar muito tranquilos, temos unidade partidária, temos capacidade de dialogar, de construir unidade em torno de um pensamento estratégico para o futuro da nação, não em torno de pessoas, partidos”, afirmou.
Ao final de sua palestra, Eduardo destacou a importância de o partido seguir realizando novos encontros como o de hoje na Capital pernambucana. “Que esses encontros possam inspirar os novos debates e possam fazer com que o PSB siga crescendo, com qualidade, a nossa responsabilidade para com nosso estado, nosso País. É fundamental que a base partidária possa estar sintonizada com esse momento, atualizada com as informações, fazendo muitos encontros de muita dinâmica, para que cada um possa dar a sua contribuição nesse projeto de afirmação partidária. A gente tem que se envolver, ajudar, contribuir e ver com a mesma alegria com que o PSB está sendo olhado pelo Brasil afora”, concluiu.