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Em um ano, desde o início da pandemia de Covid-19, o preço dos alimentos subiu 15% no Brasil, quase três vezes a taxa oficial de inflação do período, que foi de 5,20%. A taxa é a maior desde janeiro de 2017 e próxima ao teto de 5,25% estabelecido pelo Banco Central.
Os dados foram anunciados nesta quinta-feira (10) e fazem parte da primeira divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo os 12 meses sob influência da pandemia, decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março de 2020.
A alta dos preços dos alimentos atingiu em cheio o consumidor já no início da pandemia, que já sofria com a perda de renda causada pelo desemprego e pelo fechamento das atividades comerciais. A escalada dos valores desses produtos acaba comendo uma parcela cada vez maior da renda das famílias, principalmente as mais pobres.
O preço do arroz, por exemplo, subiu 69,8%, o leite longa vida ficou 20,52% mais caro, o óleo de soja aumentou 87,89% e a batata está custando 47,84% a mais.
Entre os grupos de alimentos pesquisados pelo IBGE, as maiores altas ocorreram em cereais, leguminosas e oleaginosas (57,83%), óleos e gorduras (55,98%), tubérculos, raízes e legumes (31,62%), carnes (29,51%) e frutas (27,09%).
Segundo analistas de mercado, a alta é devido a uma mudança na cesta de consumo dos brasileiros, que passaram a comer mais em casa, aliada ao aumento da demanda internacional por commodities agrícolas e desvalorização cambial, que impactam o preço dos produtos em reais.
O gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, avalia que ainda é difícil prever o comportamento do preço dos alimentos nos próximos meses. “No caso da soja, por exemplo, tem expectativa de safra recorde, que pode baixar o preço, mas também tem a questão do dólar que pode ter impacto para cima”, comentou.
A pandemia também inflacionou preços de eletroeletrônicos, materiais de construção e produtos químicos e têxteis.
Auxílio emergencial
Diante de um período de muitas incertezas, com aumento do número de mortes pela covid-19, aumento das restrições à circulação, o governo federal tem dificultado o retorno do auxílio emergencial que atendeu mais de 60 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade em 2020. Além disso, pretende reduzir o valor das parcelas para até R$ 250 (ante os R$ 600 pagos anteriormente) e diminuir à metade o número de beneficiários.
Parlamentares socialistas defendem a retomada do pagamento do auxílio no valor de R$ 600 enquanto durar o estado de calamidade pública. A campanha #600atéofimdapandemia, que reúne mais de 100 entidades, tem como uma de suas vozes o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), que pede que o auxílio seja garantido nas condições iniciais e enquanto durar a pandemia, que já provocou mais de 270 mil mortes e infectou cerca de 11 milhões de pessoas.
“Além da cruel demora de meses pela volta do auxílio emergencial, o governo pretende pagar apenas R$250, valor tão insuficiente quanto às ações de Bolsonaro no combate à pandemia. Para o Brasil voltar a crescer, é preciso garantir renda digna para as famílias brasileiras!”, protesta Molon em suas redes sociais.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Folha de S. Paulo