O presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette (PSB), afirmou nesta segunda-feira (12) que Bolsonaro tenta criar um clima de “conflagração” e uma “cortina de fumaça” para desviar o foco da CPI do Senado ao sugerir que estados e municípios sejam incluídos no escopo das investigações.
O representante dos prefeitos ressaltou que o Senado pode analisar verbas federais que são repassadas a estados e municípios, mas ponderou que as câmaras municipais e as assembleias legislativas também podem investigar os repasses.
“Achamos que isso seria uma cortina de fumaça também para criar um escopo enorme e não ter um foco naquilo que nós precisamos ter, que é o desempenho federal na pandemia. Não se trata de personalizar nessa ou naquela pessoa, mas é importante pegar dados técnicos do ministério e ver que a fala política do governo federal se difere totalmente das orientações técnicas do Ministério da Saúde”, afirmou.
Na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ao Senado a instalação da CPI, que desde janeiro tem as assinaturas suficientes para começar a funcionar. O governo vinha tentando, até então com sucesso, barrar a CPI. Agora, com a decisão de Barroso, o Palácio do Planalto tenta incluir ações de estados e municípios nas investigações.
Donizette, que participou de uma audiência na comissão do Senado que acompanha as ações contra a pandemia, afirmou ainda que a Frente de prefeitos não se preocupa com a possibilidade de estados e municípios serem investigados.
“Fui questionado por órgãos de imprensa sobre essa questão de incluir ou não prefeitos e governadores na CPI. Da nossa parte, não existe problema nenhum, nós não temos preocupação. Porque quase todas as prefeituras por obrigação têm que ter um site de transparência”, afirmou.
Para Jonas Donizette, Bolsonaro cria, de forma proposital, uma clima de “conflagração”. “Ele [Jair Bolsonaro] faz questão de atacar os prefeitos, de atacar os governadores, e isso não ajuda em nada. De vez em quando, ele faz com uma fala de harmonia. Passam dois dias, 24 horas, e aquilo se reverte em ataque de novo. A fala da Frente Nacional dos Prefeitos é que possamos somar esforços. O inimigo em comum é o vírus”, disse.
Com informações do G1