A nota 'A vida como ela é', da coluna 'Panorama político', de O Globo, assinada por Ilimar Franco, reportando-se à eleição para a presidência do Senado Federal, afirma que a decisão do PSB de não apoiar a candidatura de Renan Calheiros se deveu a fracasso em negociação de cargos na Mesa. Procurando restabelecer a verdade, Roberto Amaral dirigiu ao jornalista o e-mail que se segue:
Ilimar Franco
Prezado confrade e amigo,
Preocupou-me, por tratar-se de você, a versão maldosa relativa à posição do PSB em face da sucessão da presidência do Senado. Sei que é difícil convencer aqueles que procuram desmoralizar a política para confirmar a tese reacionária segundo a qual 'todos são farinha do mesmo saco'. Por isso, abstive-me de contestar a versão de outros jornais e outras colunas. Mas quando ela chega à sua página, isso passa a preocupar-me, e exige uma explicação. Como certamente é do seu conhecimento, participei da reunião da bancada do PSB no Senado Federal que definiu a posição partidária (quando dela saía encontrei-me com a nossa querida Fernanda Krakovics). Jamais houve dúvida quanto à nossa decisão de denunciar a farsa, ao final (hoje) confirmada. A reunião (de nossa bancada) discutia os termos de nosso documento, fixando parâmetros políticos-programáticos, saltando fora da medíocre fulanização da política (coleguinhas reclamaram porque não havíamos, nessa nota, que queríamos programática, feito referência ao senador Renan Calheiros. Já havia a bancada tomada sua decisão, e já estávamos no final da redação da nota (em seguida tornada pública) quando, e só então, um funcionário administrativo da liderança do PSB informou que documento burocrático de uma instância burocrática da Mesa considerava a bancada do PSB constituída por apenas três parlamentares. Nesse momento nossa decisão já era velha! E Você, analista arguto das coisas da política, sabe muito bem que esta era a posição natural e previsível do PSB, em face de tudo o que tem sido sua política recente. Humilha-nos , pensar que nossa decisão política, já há meses antecipada pela nossa posição politicamente idêntica relativamente à Presidência da Câmara, tenha sido, no caso do Senado, miseravelmente, motivada por uma disputa de carguinho na Mesa. Sei que será difícil convencê-lo, mas, garanto-lhe, o PSB procura fazer a Grande Política, na contramão da pequena política que está enxovalhando o Congresso.
Seu admirador, sempre leitor,
Roberto Amaral
Vice-presidente Nacional do PSB