O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), lembrou e comentou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), que completa cinco anos nesta terça-feira (14).
Dino participou nesta segunda-feira (13), no Rio de Janeiro, do seminário Liberdade de Expressão, Redes Sociais e Democracia, no Centro Cultural da Fundação Getúlio Vargas e lá criticou a forma com que o governo anterior lidou com o caso.
Para Dino, após a parlamentar ser assassinada, em 14 de março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes, políticos “se dedicaram a matá-la novamente”. Os acusados do crime estão presos e aguardam julgamento: os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. A investigação não chegou aos mandantes.
“A manipulação de afetos é constituinte da luta política. E manipulação de afetos sobretudo na sua dimensão do ódio. O que foram os dez últimos anos da política brasileira? A hegemonia do ódio. De 2013 a 2023. Marielle foi assassinada e, no dia seguinte, políticos e autoridades do Poder Judiciário, entre outros, dedicaram-se a matá-la novamente. Até hoje é como se houvesse um homicídio por dia. Esse caso de Marielle serve de referência para aquilo que o Brasil não deve ser”, afirmou Dino durante o seminário. O ministro se referiu à disseminação de notícias falsas envolvendo o nome de Marielle após o assassinato.
A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que mandou matar Marielle e Anderson, Dino solicitou em fevereiro deste ano a instauração de Inquérito na Polícia Federal. “Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes”, afirmou Dino ao federalização da investigação.
O Caso
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro. O carro em que estavam foi atingido por 13 disparos. A vereadora foi seguida desde a Lapa, no centro do Rio, onde participava de um encontro político. A arma usada no crime foi uma submetralhadora HK MP5 de fabricação alemã.
Duas semanas antes de sua morte, Marielle havia assumido a relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a intervenção federal que vigorava à época na segurança pública do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos preventivamente em março de 2019 por suspeita de terem cometido os assassinatos. Eles tiveram recursos de soltura sucessivamente negados.