
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin (PSB) anunciou que o setor industrial brasileiro vai receber uma injeção de R$ 106,16 bilhões nos próximos quatro anos para estimular o desenvolvimento de áreas estratégicas do país. Alckmin apresentou os números nesta quinta-feira (6) na primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), ocorrida no Palácio do Planalto.
Os recursos serão provenientes de BNDES, Finep e Embrapii — a maior parte são linhas de crédito ou financiamento, e também há fundos de apoio à inovação. Os recursos do BNDES (R$ 65,1 bilhões) serão destinados prioritariamente para financiar projetos de inovação e digitalização. Outra ação relevante será a facilitação de crédito para financiar a produção de bens nacionais voltados à exportação.
“A neoindustrialização será voltada à inovação, uma neoindustrialização verde e com transição energética. Teremos R$ 106 bilhões, neste primeiro momento, só para a indústria. A indústria representa mais de 60% do investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação no país. Enfim, é um grande investimento para a gente conter a desindustrialização precoce”, disse Alckmin.
Pela Finep (R$ 40,68 bilhões), os recursos serão destinados a pesquisa e desenvolvimento a empresas brasileiras para apoiar as diferentes etapas do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico. O destaque é que as diferentes instituições de fomento à inovação e ao desenvolvimento industrial atuarão de forma coordenada a partir das prioridades do governo definidas nas missões construídas pelo CNDI. Já a Embrapii destinará seus recursos para apoiar as instituições de pesquisa tecnológica, fomentando a inovação na indústria brasileira.
Ao longo dos próximos meses, o CNDI se debruçará sobre missões derivadas de problemas sociais e de desenvolvimento do país — entre eles a segurança alimentar e nutricional; a ampliação do acesso à saúde; infraestrutura, moradia, saneamento e mobilidade sustentáveis; tecnologias de interesse para soberania e a defesa nacionais; empresas competitivas em tecnologias digitais; e descarbonização da economia e ampliação de cadeias associadas à transição energética e à bioeconomia. O objetivo é construir a nova política industrial, de caráter inovador, sustentável e inclusivo socialmente.
“Nós aprovamos hoje as missões do CNDI, serão seis grupos de trabalho, com todos atores do governo, trabalhadores e setor produtivo Esperamos até o fim do ano concluir todo esse resultado de trabalho”, declarou Alckmin.
Reforma tributária
À imprensa, após a reunião do conselho, Alckmin, destacou a necessidade de aprovação da reforma tributária. Ele apontou que a proposta não agradará “100%” todos os setores e afirmou que o importante é “dialogar e buscar entendimento para aprovar”. “A expectativa é muito positiva”, disse. “O que o presidente Lula disse (na reunião do CNDI) é: olha, a reforma tributária não é do agrado 100% de todos os setores, tem setor que aplaude mais, outro tem preocupações. O que é importante é dialogar, buscar entendimento e aprovar. que a reforma objetiva; é simplificação, reduzir custo Brasil, reduzir judicialização, segurança jurídica, desonerar completamente investimento”, disse.
Com informações do Governo Federal, Valor Econômico e Estadão