Presidente Nacional do PSB e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), defendeu na Amcham, nesta terça-feira (10/06), medidas para impactar a produtividade do país, como a reforma tributária e a independência do Brasil do Mercosul para fazer acordos internacionais. O ex-governador de Pernambuco afirmou que vai incluir em seu programa de governo as propostas da entidade para tornar o país competitivo.
No encontro, a Amcham apresentou suas propostas, debatidas com seus mais de 5.000 associados em todo o país. O documento enfatiza a melhoria do ambiente de negócios, a inserção na cadeia global de valor e a produtividade (conheça os detalhes clicando aqui).
Sociedade
Campos afirma que é necessário haver “uma nova política para retomar a confiança da sociedade e do mercado”. “Tem de haver uma agenda com mudanças que produzam impactos em duas direções centrais: a qualidade de vida da população e a produtividade da economia brasileira”, declara.
No primeiro plano, ele diz priorizar a melhoria de serviços públicos, como em trânsito e segurança pública – essa área deve ser assumida pelo governo federal e contar com um sistema único, segundo o pré-candidato. “Mais de 85% da população mora nas cidades. A qualidade de vida é questão central na vida urbana”, comenta.
Mercado
O ex-governador de Pernambuco propõe a desburocratização e a simplificação da legislação para alavancar a produtividade do país. Medidas como essas são necessárias para ampliar as concessões ao setor privado em infraestrutura, “sem reservas e travas”. “O Estado brasileiro não dá conta da infraestrutura sozinho”, cita.
Dentro desse plano, Campos afirma que pretende refazer o sistema tributário. Um dos focos é eliminar a disputa federativa entre os estados. Para tanto, ele aponta um programa de longo prazo. “Normalmente se pensa em fazer reforma para o dia seguinte e nunca em fazer em um processo de transição em quatro, seis ou oito anos, como manda o bom senso”, explica.
O pessebista diz, ainda, que medidas para ampliar a qualidade da educação, ciência e tecnologia e inovação estão ligadas com seus planos de produtividade e melhoria do ambiente de negócios.
Ele declara, ainda, que o país deve ter governança macroeconômica responsável, compromisso com meta de inflação e com a responsabilidade fiscal, além de independência do Banco Central. “A governança macroeconômica responsável é aquela que avisa o rumo estratégico para quem tem de definir de forma estratégica os investimentos”, exemplifica. “Temos de saber de forma tranquila e transparente as escolhas que o governo está fazendo”, complementa.
Campos diz acolher também outras propostas da Amcham, como a flexibilização do Mercosul para que o Brasil possa negociar acordos de comércio com outros países ou blocos de forma independente.
“O Brasil não pode ficar amarrado às velhas institucionalidades do século 20, como o Mercosul, que precisa ser preservado, mas preservado primeiro o interesse do país, de alargar as fronteiras comerciais e as relações bilaterais para aumentar as exportações de bens com valor agregado”, define. “O mundo está em um momento delicado, se reconstrói após a crise por meio de acordos. Tem de fazer isso enquanto dá para fazer”, argumenta.
Campos foi o segundo a se apresentar no ciclo de debates com presidenciáveis da Amcham. São convidados os três mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto.