A Câmara dos Deputados realiza, no dia 7 de maio, às 10h, Sessão Solene para lembrar os 30 anos do movimento conhecido como Diretas Já (1983-1984), que levou a população brasileira às ruas de todo o País para reivindicar a volta das eleições diretas para presidente – a última eleição antes desse período aconteceu em 1961, quando Jânio Quadros foi eleito.
O movimento reuniu estudantes, artistas, sindicalistas, artistas, atletas e políticos da oposição. A manifestação ocorrida em São Paulo, no dia 25 de janeiro de 1984, levou mais de 1,5 milhão de pessoas, ao centro da capital paulista, em apoio ao movimento. Foi a maior manifestação popular pela democracia já vista no País.
Idealizador da homenagem na Casa, o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), explica que o objetivo é prestar as devidas homenagens ao maior movimento de participação popular do Brasil. “A Câmara rejeitou a Emenda Constitucional das diretas. Assim mobilizou o povo que fez a democracia ressurgir. É de baixo para cima que o Brasil avança e o Congresso pode rever seus erros”, argumentou Beto.
História
A Emenda das Diretas Já, citada por Beto, foi apresentada em 1983 pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB-MT). Assim que foi apresentada, a Emenda Dante começou a receber apoio popular, no começo de forma tímida e, depois, ampla.
Os protestos representavam a vontade popular pela redemocratização. O País completava 20 anos de ditadura militar, regime que já dava sinais de enfraquecimento. A inflação era alta e a recessão também. O surgimento de novos partidos e o fortalecimento dos sindicatos contribuíram para reforçar a oposição ao regime.
Após a derrota da emenda no Congresso, as eleições indiretas pelo Colégio Eleitoral consagraram o candidato da oposição, o civil Tancredo Neves em 1985. Mas Tancredo morreu sem tomar posse. Na gestão de seu vice, José Sarney, que as eleições voltaram a ser diretas. Seu governo marcou o período de transição democrática. Em 1989, cinco anos após a rejeição da Emenda Dante de Oliveira e um ano depois da Constituinte, Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito por voto direto em 30 anos.