
Foto: Jessé Giotti
A taxa de desemprego no Brasil se manteve estável entre março e maio deste ano, mas a qualidade dos postos de trabalho piorou com os empregos informais substituindo os formais.
A perda de empregos no mercado formal tem feito com que muitos trabalhadores aceitem vagas sem carteira assinada, com salários mais baixos e sem garantias, é o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última sexta-feira (30).
No trimestre encerrado em maio, a taxa de desocupação foi de 13,3% da população do país, o que representa 13,8 milhões de pessoas desempregadas. Na comparação com o trimestre anterior, de dezembro a fevereiro, a taxa estava em 13,2% (13,5 milhões de pessoas).
Entretanto, essa estabilidade se deve ao aumento de 2,2% de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado (221 mil pessoas a mais do que no trimestre finalizado em fevereiro) e de 3% de empregados no setor público (329 mil pessoas). Além disso, 216 mil passaram a trabalhar como autônomos.
Já o número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu em 479 mil, registrando o 12º trimestre consecutivo de queda.
Além da crise econômica e instabilidade política que aumentam o desemprego e a precarização no mercado de trabalho, a proposta de reforma trabalhista do governo de Michel Temer, em discussão no Senado, só irá agravar a situação dos trabalhadores caso venha a ser aprovada pelo Congresso.
Em abril, a Executiva Nacional do PSB fechou questão contra as reformas trabalhista e previdenciária. Na análise das mudanças na legislação trabalhista, o colegiado se baseou em resolução aprovada por unanimidade no Congresso Nacional do partido, em 2014, de iniciativa do segmento sindical, que orienta posicionamento contrário a “qualquer reforma trabalhista que promova a diminuição dos direitos conquistados, precarização e que estabeleça supremacia do negociado sobre o legislado”.
Na opinião do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a proposta de reforma trabalhista é “de natureza rigorosamente liberal” e atenta contra direitos conquistados a duras penas pelos trabalhadores. Para Siqueira, a tese de que as relações de trabalho precisam ser mudadas como condição para a geração de empregos “é uma falácia dos liberais” e não se sustenta na prática.
“Nós saímos de um país agrário para um país capitalista que está entre as dez economias mais importantes do planeta com essa mesma legislação. Então não é ela que impede o crescimento do país, embora ela precise ser aperfeiçoada”, analisa.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações do IBGE e do jornal Folha de S. Paulo