O deputado José Stédile (PSB-RS) acredita que o desrespeito às regras de trânsito está associado, em 99% dos casos, ao sentimento de impunidade provocado pela falta de fiscalização e não necessariamente pela falta de punições mais severas.
O parlamentar defende investimentos em programas de educação e conscientização de crianças. “Tivemos excelentes resultados com programas desse tipo na época em que fui prefeito de Cachoeirinha (RS). Os filhos ajudam a controlar a direção dos pais”, argumenta Stédile, que é autor do Projeto de Lei 3726/12, que regulamenta a profissão de técnico em segurança do trânsito. “Seriam profissionais específicos para pensar em soluções viáveis para o trânsito”, explica.
Esse tipo de programa já existe em países europeus e em alguns estados norte-americanos com resultados satisfatórios. Segundo a médica e diretora-geral de Trânsito da Espanha, María Seguí Gómez, que participou em julho do Congresso Internacional de Trânsito, em Porto Alegre (RS), o segredo para reduzir as mortes no trânsito é a atuação conjunta de todos os órgãos que têm competência para tratar da matéria.
Segundo María, a redução das mortes na Espanha se deve basicamente ao aumento da fiscalização e do número de guardas nas ruas, ao rigor da legislação e a mudanças na formação de condutores.
A França também conseguiu reduzir em 75% – de 1972 a 2008 – as mortes no trânsito a partir de mudanças nas leis, que determinaram, por exemplo, o uso de vias específicas para motocicletas.