A Câmara dos Deputados lembrou nesta segunda-feira (1º) o Dia Internacional do Meio Ambiente – criado em 1972 com data comemorativa em 5 de junho. Na presença de representantes de entidades de proteção ambiental e estudantes, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), deputado Átila Lira (PSB-PI), presidiu sessão solene onde parlamentares e ambientalistas debateram medidas aprovadas na Casa, como o novo Código Florestal e o fim da obrigatoriedade de identificação de transgênicos em embalagens de produtos.
Em seu discurso na tribuna, o socialista destacou que é uma pessoa alegre, motivada e entusiasmada com a questão do meio ambiente. “O Dia Mundial do Meio Ambiente é especial e nos permite refletir e avaliar questões sobre como estamos conduzindo a política e a gestão ambiental no Brasil. Como estamos gerindo nossos recursos naturais? Como está a população que depende diretamente desses recursos? Estamos conseguindo nos aproximar do desenvolvimento sustentável? Nesta data simbólica, temos motivos para celebrar e questionar o que ocorre hoje no País e no mundo”, afirmou Lira.
Ambientalistas apresentaram faixas e camisetas de entidades como o Movimento Somos Água, Rede Mais Cerrado e Associação dos Servidores do Meio Ambiente. O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ambientalista Claudio Maretti, disse que o Brasil reduziu de forma importante a produção de gases que agravam o efeito estufa e é recordista na criação de unidades de conservação ambiental.
Ainda na opinião do presidente da CMADS, o Brasil tem lei e políticas ambientais bem desenvolvidos, que avançaram no seu arcabouço legislativo. “São leis consagradas depois da Constituição de 88, como a Lei dos Recursos Hídricos, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e o mais novo Código Florestal. Nosso ordenamento jurídico foi bem enriquecido nessas décadas, porém temos crises na questão rural e na expansão urbana. Temos um compromisso na condição de parlamentares em completar esse ordenamento jurídico e superar crises que ainda estão por vir”, completou o deputado.
A sessão solene foi solicitada pelo deputado Sarney Filho (PV-MA), que não pôde comparecer. Falando em seu nome, o deputado Penna (PV-SP) ressaltou que os adversários dos ambientalistas “são muito antigos, são os colonialistas internos” que sempre pensam em destruir uma área para logo explorar outra. “Precisamos ter consciência da atuação predatória da elite nacional e manter a nossa resistência contra a estupidez deste modelo que acaba com a natureza, com os índios e com os quilombolas”, afirmou Penna.
Agrotóxicos – Ao encerrar a solenidade, o deputado Penna, que assumiu a presidência da sessão no lugar do deputado Átila Lira, observou que infelizmente não há nada a comemorar no Brasil em relação ao Dia Internacional do Meio Ambiente: “Hoje somos o maior consumidor de agrotóxico, temos a pior matriz energética, uma agricultura irresponsável que acaba como nossos recursos hídricos, uma mineração que envenena nossos rios. Mas não sejamos pessimistas. Espero que no próximo ano tenhamos uma sessão realmente comemorativa”.