O Primeiro Secretário Nacional do PSB, Carlos Siqueira, faz uma avaliação bastante positiva da performance do partido nessas eleições, destacando que é o ano em que a sigla apresentou o maior número de candidatos de sua história.
Ele está convicto de que os resultados das urnas serão bons para o PSB, especialmente nas capitais Belo Horizonte e Recife, onde projeta uma vitória já no primeiro turno. Somando isso à forte expectativa dos candidatos socialistas irem para o segundo turno em outras capitais – como por exemplo: Curitiba, Cuiabá, Porto Velho, Macapá, Fortaleza, Aracaju e João Pessoa -, além de em cidades-pólo de vários estados, como Campinas e Marília (SP), Duque de Caxias e Petrópolis (RJ), Dourados (MS), Mossoró (RN), Petrolina (PE) e Gi-Paraná (RO), Carlos Siqueira aponta que o partido deve começar a se preparar para crescer ainda mais nas próximas eleições municipais.
“Nosso número de candidatos próprios poderia ser ainda maior se concorrêssemos em todas as capitais do país, e não apenas em 11, como agora, e também em todas as cidades onde a legislação eleitoral prevê segundo turno”, pondera. “Espero que isso seja uma realidade já na próxima disputa municipal”.
Confira a íntegra da entrevista:
Como o sr. vê a situação do PSB nessas eleições?
Carlos Siqueira –Muito boa. O partido mais uma vez cresce e agora cresce de maneira mais expressiva do que nas últimas eleições. Mesmo se compararmos com as eleições de quatro anos atrás, vamos verificar que o PSB irá ao segundo turno e ganhará algumas cidades importantes já no primeiro turno em número bem maior do que em 2008. Nós temos a perspectiva de ganhar no primeiro turno em Belo Horizonte e em Recife e, no segundo turno, em Curitiba, Cuiabá, Porto Velho, Macapá, Fortaleza, Aracaju e João Pessoa, ou seja, estamos de uma maneira geral crescendo e também nos expandindo em outras regiões além da região Nordeste, onde nós já somos mais fortes.
Nesse contexto e estando bem próximas as eleições, qual a expectativa do partido com relação ao dia 7 de outubro?
CS –No dia 7 certamente nós teremos a confirmação das nossas expectativas, não apenas internamente no PSB mas também na sociedade brasileira. E certamente neste dia também o PSB irá receber uma delegação dos eleitores brasileiros para lhe dar maior responsabilidade, na medida em que vamos passar a administrar um número maior de cidades e também um número maior de capitais e cidades-pólo em todas as regiões do país. Daí porque, é ao mesmo tempo uma alegria e uma satisfação que a gente possa constatar isso, mas também uma grande responsabilidade que o partido recebe e certamente irá se esforçar para atender a essa expectativa dos eleitores que nos privilegiam com seu voto nesse momento importante de crescimento do nosso partido.
Por falar em cidades-pólo, o senhor poderia apontar algumas delas em que o PSB está forte nessa reta final da campanha?
CS –Além das 11 capitais em que concorremos, temos em muitos estados e em diferentes regiões do país cidades-pólo muito importantes em que o PSB certamente ganhará as eleições. Nós temos disputa para valer em Uberaba e Governador Valadares, em Minas Gerais; em Serra, uma dais maiores cidades depois da capital Vitória, no Espírito Santo; em Foz do Iguaçu, no Paraná; em Campinas, Franca, São Vicente, Carapicuíba e Marília, em São Paulo. Além disso, no Nordeste também temos chances de ganhar em várias cidades importantes das regiões metropolitanas, como Paulista e Petrolina, em Pernambuco; no Rio Grande do Norte, Mossoró; e em Rondônia, Ji-Paraná. Ou seja, em todos os estados e regiões do país temos cidades importantes em que o PSB irá disputar e terá muito êxito em várias delas nessas Eleições. É uma sinalização importante da sociedade brasileira para o PSB. O crescimento nas capitais e em grandes pólos urbanos indica que, ali, o partido está sendo uma opção importante para o eleitor, o qual, com seu voto, sinaliza que pretende dar maior responsabilidade não só agora ao PSB, mas também no futuro.
Qual o papel das capitais e cidades-pólo para o partido?
CS –Há vários aspectos a analisar nesse sentido. Em primeiro, que nessas cidades está um eleitorado com maior nível de ensino e informação e, portanto, com um nível maior de exigência e complexidade sobre a administração. De modo que o PSB, com os laboratórios e experiências exitosas que já construiu em cidades grandes, médias e pequenas, poderá, agora, nas capitais e cidades-pólo, ter uma experiência mais ampliada. Capaz de demonstrar a sua capacidade de administrar e administrar bem para a população. E, com isso, nos próximos pleitos ser um partido que tenha um êxito ainda maior do que terá nessas eleições.
Na região Nordeste, o PSB está disputando nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Recife e Teresina, além de em cidades-pólo como Petrolina, Crato e Mossoró. Como o senhor avalia o desempenho do partido ali?
CS –O Nordeste é a região em que o partido tem uma presença mais forte já há alguns anos, portanto, ali estamos disputando nessas cinco capitais, com a expectativa de bons resultados, e além delas em várias cidades-pólo,como por exemplo: Petrolina, Paulista, Crato e Mossoró, que são da maior importância para seus respectivos estados.
A capital de Pernambuco – Recife, é a cidade mais emblemática. Primeiro, porque os socialistas governaram o município pernambucano na década de 50 e também porque é a cidade do nosso presidente Nacional e governador Eduardo Campos. Vale lembrar que o governador socialista é o melhor avaliado no Brasil, com 89% de aprovação.
A região nordeste está em crescimento econômico também, com cidades em expansão – da sua população e economia -, de maneira que elas se constituem num enorme desafio para o partido, que ele certamente irá enfrentar com êxito e a competência que caracteriza muitas das administrações do partido socialista.
Numa avaliação da performance do PSB por regiões em 2012, começando pelo Sudeste: como o sr. avalia a candidatura de Fernando Haddad, do PT, em São Paulo e de que forma o partido o está apoiando?
CS –Nós fomos o primeiro partido a apoiá-lo nessas eleições, inclusive oferecendo a opção de Vice para o PT. O que se pode ver nesse momento é que ainda há uma grande incerteza sobre aquele que chegará em segundo lugar para disputar o segundo turno com o Celso Russomano (PRB), em primeiro nas pesquisas. Então, toda a nossa militância em São Paulo está empenhada para que Haddad chegue em segundo lugar. Por enquanto, é uma grande interrogação qual será o rumo das eleições em São Paulo neste primeiro turno.
E em São Vicente, como está a situação, o PSB conta com uma peculiaridade no município, não?
CS –Sim, ali há a particularidade de uma experiência muito longa do PSB na Prefeitura – estamos completando 16 anos na administração da cidade. É uma experiência exitosa que seguramente nos garantirá uma nova eleição, para que assim consigamos completar 20 anos consecutivos no governo. Ainda em São Paulo, o PSB também concorre em Campinas com grandes chances. É uma cidade de porte, superior inclusive a muitas capitais do país – tanto do ponto de vista do Produto Interno Bruto (PIB), quanto da população e de sua importância sócio-cultural. Por isso, será uma grande experiência para o companheiro Jonas Donizette poder administrar um município de tamanho destaque no principal estado do País.
E em Minas, Márcio Lacerda ganha?
CS –A campanha de Márcio Lacerda é uma das mais exitosas dessa jornada eleitoral que estamos vivendo em 2012, porque ele disputa a eleição com um quadro muito forte do PT, Patrus Ananias, que já esteve na sua base de apoio nas eleições passadas. Mas a administração de Márcio Lacerda é de tal maneira sólida e eficiente, ofereceu tantos resultados e soluções para a cidade que ele tem se mantido nos primeiros lugares e crescido de maneira forte e sistemática. Tanto que hoje é a eleição sobre a qual nós temos a maior expectativa de que se defina no Primeiro Turno. É uma experiência muito boa e certamente a população nos dará seu voto de confiança, para que o partido possa continuar administrando a cidade e administrando bem como tem feito nos últimos quatro anos.
No estado do Rio de Janeiro, quais as expectativas de vitória do partido?
CS –Estamos concorrendo em Petrópolis, uma cidade histórica importantíssima do Rio de Janeiro e que já foi administrada também pelo PSB. O município fica numa região em que nós não só estamos crescendo, mas onde precisamos ampliar o raio de ação, visando o crescimento do PSB no estado do Rio de Janeiro. Estamos buscando isso não pela capital nessas eleições, onde fizemos coligação com o PMDB, mas por cidades que estão nas cercanias do Rio, incluindo Duque de Caxias. São cidades que oferecem ao PSB um desafio muito grande, para que encontre soluções urbanísticas capazes de resolver problemas muito graves que vivem essas populações.
São cidades de uma região que sofreu os maiores deslizamentos de encostas já ocorridos no Brasil, no ano passado.
CS –Sim, nós temos aí a possibilidade de fazer um planejamento urbano nas cidades que o PSB vai administrar, capaz de mostrar que a bandeira do partido, de uma reforma urbana, pode ser implantada em municípios grandes. Tanto capitais como cidades-pólo, enfim, cidades com grandes populações e grandes problemas. É um desafio extraordinário para o PSB, que o partido certamente irá viabilizar e mostrar que é possível mudar o caos urbano que essas cidades maiores lamentavelmente vivem em nosso país.
Como está o partido na região Sul – especialmente em Curitiba, onde concorre à reeleição?
CS –Curitiba é sem dúvida uma cidade que hoje não é apenas uma referência nacional, mas já referência internacional na questão do bom urbanismo. Porque teve a sorte de ter bons prefeitos, como o nosso companheiro Luciano Ducci, entre outros. Creio que vamos ter uma disputa bastante acirrada no segundo turno, mas estamos confiantes de que nosso candidato sairá vitorioso. E, a partir daí, terá quatro anos para implementar e dar continuidade às boas práticas urbanísticas.
No Centro-Oeste, o PSB também concorre na capital do Mato Grosso. Qual o panorama?
CS –Em Cuiabá a expectativa é muito boa também, se não ganharmos no primeiro turno certamente ganharemos no segundo, é um candidato forte e que sempre esteve no primeiro lugar nas pesquisas locais e continua até hoje. É uma cidade que também traz muitos desafios ao partido, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e oferece ao PSB a oportunidade de uma experiência importante, por ser um município em expansão, em grande crescimento.
Além de Cuiabá, no Centro-Oeste temos outra disputa importante na segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul, o estado vizinho, que é Dourados, atualmente administrado pelo PSB. Acreditamos que já no primeiro turno devemos confirmar a vitória de Murilo Zauith (DEM), a quem apoiamos, e assim continuar administrando essa cidade, que também está em expansão e num estado que cresce muito economicamente. É outra experiência da maior importância para o partido.
Macapá, Manaus e Porto Velho, além de Ji-Paraná, a segunda maior cidade de Rondônia. Com chances?
CS –Na região Norte, o partido concorre em três capitais –É uma região muito promissora do Brasil, que também está em expansão econômica e ainda não foi desenvolvida inteiramente, por isso é um desafio muito grande para qualquer partido assumir a responsabilidade de administrar suas maiores cidades. São cidades em constante crescimento, que recebem novos moradores, uma população de outras regiões do estado que aflui para lá em busca das oportunidades que esse crescimento pode proporcionar. Em Macapá, a avaliação é de que teremos uma presença segura no segundo turno. E estamos numa disputa ainda bastante incerta em Porto Velho e Manaus, é uma expectativa que ainda não pode ser de segurança com relação ao segundo turno, lamentavelmente, mas, de qualquer maneira estamos na disputa, fazendo um bom protagonismo, com boas propostas. E esperamos que os nossos candidatos agora, na reta final da campanha, possam surpreender e também chegar ao segundo turno, como já aconteceu em Manaus em outras eleições. Vamos aguardar.
E no caso de Manaus, em que a chapa é pura – Prefeito e Vice do PSB, qual a avaliação?
CS –Acredito que o fato de ser chapa pura é revelador muito mais das dificuldades que o partido teve nesse município para ampliar o leque de alianças. Nós preferiríamos que fosse uma aliança mais ampla, porque é muito difícil chegar a uma eleição majoritária sem ter uma aliança sólida e que dê mais tempo de televisão. E que, ao mesmo tempo, dê uma possibilidade de governança maior em caso de êxito nas eleições.
No geral, então, como o Sr. avalia o desempenho do PSB no país nas eleições de 2012?
CS –O PSB nessas eleições tem o maior número de candidatos da sua história às Prefeituras municipais, mas eu acredito que deveria ter muito mais, se o partido tivesse como política, que me parece a mais acertada, ter candidatos não apenas em 11 capitais, como agora, mas em todas as capitais do país e em todas as cidades onde existe segundo turno. Porque a existência do segundo turno é exatamente para propiciar aos partidos a oportunidade de oferecer ao eleitorado um leque maior de candidaturas, e não apenas, também um leque maior de programas, de soluções programáticas para as cidades. De modo que eu espero que nas próximas eleições nós tenhamos essa possibilidade – ou essa decisão, porque a possibilidade existe – de termos candidatos em todas as capitais e em todas as cidades onde existe o segundo turno. E aí, no segundo turno, aonde não chegarmos em primeiro, vamos nos aliar aos nossos parceiros do campo político progressista, de esquerda, democrático. Mas eu creio que já no primeiro turno a possibilidade de oferecer aos eleitores as propostas do partido socialista seria muito significativa. Esperamos que isso possa acontecer, já que não aconteceu nesta, nas próximas eleições.