A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou, na última semana, dois requerimentos do deputado federal Leopoldo Meyer (PSB-PR) relacionados a mobilidade urbana no Brasil. O primeiro sugere a criação de Subcomissão Especial para tratar do tema e o segundo solicita debate sobre obras de mobilidade planejadas para Copa do Mundo de 2014 e que não foram concluídas.
O socialista afirma que o Brasil ainda tem longo caminho a percorrer no campo da mobilidade e acredita que o colegiado tenha condições para debates o assunto de forma a atender os anseios da sociedade. “A mobilidade engloba uma gama de ações e políticas públicas que deveriam garantir a todos o acesso ao espaço urbano e o deslocamento de forma segura, confortável e rápida”, justificou Leopoldo.
Em relação as obras atrasadas Meyer baseou seu requerimento em matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, que mostra 35 obras de transporte coletivo e de aeroportos inacabadas e que deveriam ser entregues antes mesmo da realização do evento. “De acordo com a reportagem, as obras orçadas inicialmente em R$ 11 bilhões, quando lançadas em 2010, estão atrasadas, paradas ou nem foram iniciadas. Algumas sofrem investigação por suspeita de corrupção”, explicou o parlamentar.
O projeto inicial previa obras que contemplariam a instalação de BRTs (ônibus especiais em corredores); VLTs (trens leves sobre trilhos) e monotrilhos. Ainda segundo a matéria, apenas 21,4% destas obras foram concluídas. “Um exemplo trazido no relato é o monotrilho de Linha 17-Ouro, em São Paulo, que na época de lançamento estava previsto investimento de R$ 2,9 bilhões. Hoje o valor está em R$ 4,7 bilhões e a conclusão prevista para março de 2013 passou para 2017”, acrescentou o deputado.
Para o deputado, é fundamental saber quando de dinheiro público ainda será gasto com a conclusão das obras em atraso, sem que mais recursos sejam desperdiçados. Para o colegiado obter informações, Leopoldo Meyer sugeriu convidar representantes dos ministério das Cidades e do Esporte; da Casa Civil; e da Infraero. Este último para falar sobre 12 obras previstas para aeroportos que também não foram entregues. “O aeroporto de Fortaleza é um dos casos de atraso. A previsão era de novo terminal até junho de 2013, mas a obra foi abandonada com somenote 16% realizada”, finalizou.