
Foto: Alex Ferreira/Agência Câmara
A Câmara dos Deputados instalou, nesta quarta-feira (17), comissão especial proposta pela deputada federal Keiko Ota (PSB-SP) para a elaboração de projetos de lei que promovam a cultura da paz.
O objetivo do colegiado, segundo a deputada, é desenvolver projetos legislativos que tratem da prevenção à violência.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), cultura da paz é a prevenção e a resolução não-violenta de conflitos, com base nos princípios de tolerância, solidariedade, respeito à vida, aos direitos individuais e ao pluralismo.
“Nessa comissão, iremos direcionar nossos esforços para desenvolver projetos legislativos que promovam cultura da paz”, explica Keiko Ota. “Por várias décadas, o Brasil nutriu a cultura da violência, portanto, precisamos romper com esse ciclo vicioso e levar a cultura da paz ao maior número de pessoas”, defendeu a deputada.
Keiko Ota faz um alerta para os últimos dados sobre violência divulgados na semana passada. De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha, ao menos 50 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais têm um parente ou amigo que foi vítima de homicídio ou latrocínio.
O contingente representa 35% da população do país ou um em cada três brasileiros. O levantamento foi realizado a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da campanha Instinto de Vida, uma iniciativa que busca reduzir os homicídios na América Latina.
Outra pesquisa aponta o país como o campeão em número absoluto de homicídios no mundo: são 60 mil mortes por ano, segundo a plataforma de dados do Instituto Igarapé, uma ONG com sede no Rio de Janeiro.
Dentre as principais causas do alto índice de mortes, o Instituto Igarapé destaca a desigualdade, o desemprego — especialmente entre os jovens — a baixa escolaridade, a urbanização rápida e irregular, drogas ilícitas e armas.
Autora do projeto de lei que instituiu o Dia Nacional do Perdão (30 de agosto) no calendário oficial do país, Keiko Ota defende que os governos devem priorizar o incentivo à cultura da paz.
“A paz é o estado original do ser humano. Incentivar a busca dessa natureza verdadeira não é tarefa limitada às filosofias ou às religiões. Os governos devem priorizar políticas públicas que promovam a cultura da paz”, disse.
Fundadora de uma organização não-governamental que realiza palestras e oferece orientação às vítimas da violência, Keiko Ota defende ainda o incentivo a cultura da paz nas escolas. “O melhor meio de trabalharmos a prevenção é a cultura de paz na escola com as crianças. É um processo de reeducar com repetição”, declarou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional