O dia 29 de setembro de 2018 foi marcado por manifestações, no Brasil e no exterior, contrárias ao candidato de extrema-direta do PSL, Jair Bolsonaro. Milhares de pessoas foram às ruas em atos coordenados pela campanha #EleNão, criada pelo grupo do Facebook “Mulheres unidas contra Bolsonaro” que reúne 3,8 milhões de membros.
Em todos os 26 Estados e no Distrito Federal foram realizados atos em repúdio ao discurso de ódio e intolerância do presidenciável que tem uma taxa de rejeição de 46%. Entre o eleitorado feminino, esse índice chega a 52%.
Ao redor do mundo, protestos ocorreram em países como Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal, Inglaterra, Alemanha, Austrália, Itália, França, Estados Unidos, África do Sul, Irlanda, México, Áustria, Dinamarca e Suíça.
A militância dos segmentos sociais do PSB – mulheres, negritude, juventude, sindical, movimento popular e LGBT – também participou das mobilizações.
Em São Paulo, a concentração começou no Largo da Batata, praça na zona oeste da capital, e seguiu até a Avenida Paulista. Manifestações artísticas foram realizadas para um público estimado de 500 mil pessoas, segundo os organizadores. A expressão #EleNão também estava em bandeiras acompanhada de palavras de ordem como “ditadura nunca mais”, contra o machismo, o racismo e a exploração.
No Rio, cerca de 200 mil pessoas se reuniram na Cinelândia, região central da cidade, e caminharam até a Praça XV. A vereadora Marielle Franco, e seu motorista Anderson Gomes, assassinados em março, foram lembrados pelos manifestantes que cobraram a conclusão das investigações e a punição dos culpados.
Ao final dos atos nas duas cidades, foi lido um manifesto elaborado pelas organizadoras da campanha. “Ele prega o ódio, nós pregamos o respeito. Ele defende a morte e a tortura, nós defendemos a vida. Por isso dizemos: ele não! Nem os filhos! Bolsonaro nunca! Fascismo nunca!”, diz o texto.
Em Brasília, manifestantes se concentraram nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto e seguiram até a Torre de TV, na região central da capital do país. Pelas estimativas da organização, 30 mil pessoas participaram do ato com faixas, tambores, adesivos e pinturas no corpo que diziam “#EleNão”, “As mulheres vão derrotar Bolsonaro” e “Tortura nunca mais”. O canto “A nossa luta é todo dia contra o machismo, racismo e homofobia” foi entoado durante a caminhada.
Em Minas Gerais, uma das músicas que dizia “nem fraquejada, nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar” foi uma das mais cantadas pelos manifestantes que se aglomeraram na Praça Sete de Setembro, na Avenida Afonso Pena, ponto central de Belo Horizonte. Estudantes, militantes políticas, aposentadas, mães com filhos estavam na multidão. Organizadores estimam mais de 100 mil participantes.
Cerca de dez mil pessoas tomaram as ruas do centro e da orla de Salvador para protestar, segundo a organização. Em clima de carnaval, um trio elétrico com a cantora Daniela Mercury entoava canções de blocos afro em homenagem à população negra e fazia discursos contra o político, embalando o coro de “ele não” na multidão.
A expressão “ele nunca” também foi uma das mais usadas no ato em Porto Alegre que reuniu mais de 20 mil pessoas.
No centro do Recife, em Pernambuco, cerca de 20 mil pessoas de todas as idades caminharam para defender os direitos das mulheres.
Em Curitiba, o protesto começou por volta de 16h, com grande concentração na Boca Maldita, tradicional local de manifestações políticas no centro da cidade. O público de cinco mil pessoas, a maioria mulheres, fez uma caminhada até o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Com uma programação multicultural que incluiu teatro, shows musicais, espetáculos de dança, intervenções poéticas e grafitagem, cerca de três mil pessoas, segundo os organizadores, reuniram-se na Praça Floriano, uma das principais da capital do Amapá, para se manifestarem contra o candidato. Em Belém, no Pará, os organizadores estimaram 30 mil pessoas presentes no ato contra Bolsonaro.
Assessoria de Comunicação com informações de agências e portais de notícias