A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News realizou, nesta terça-feira (22), sua primeira audiência pública para discutir o impacto da divulgação de notícias falsas na internet e formas de combatê-las. O debate foi requerido pela relatora do colegiado, deputada Lídice da Mata (PSB-BA).
Os parlamentares da CPMI aprovaram ainda a convocação de três integrantes do chamado “gabinete do ódio”, que abriga um núcleo de assessores com forte influência sobre o presidente Jair Bolsonaro. Eles são responsáveis pela produção de relatórios diários com interpretações sobre fatos do país e do mundo e pelas redes sociais da Presidência da República. Além disso, o grupo foi responsável pela estratégia de comunicação da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2018.
Os assessores convocados do chamado “gabinete do ódio” são Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Os três são da confiança do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, responsável pela estratégia de comunicação da campanha do pai no ano passado.
Outros convocados que são obrigados a comparecer à comissão para prestar esclarecimentos são o secretário especial de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten; o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Felipe Martins; e o primeiro suplente do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Paulo Marinho.
Na reunião, também foram aprovados convites para ouvir ex-aliados do presidente como o ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto dos Santos Cruz, a ex-líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), e o ex-líder do PSL na Câmara Delegado Waldir.
A comissão convidou também os jornalistas Luís Nassif e Felipe Moura Brasil, além de representantes de portais especializados em checagem de notícias (como E-Farsas, Aos Fatos, Agência Lupa, Estadão Verifica e Fato ou Fake) e de blogs políticos ligados à oposição (como Revista Fórum, Brasil 247, Brasil de Fato e Diário do Centro do Mundo).
A pedido da deputada Lídice, também será convidada a senadora americana Elizabeth Warren, favorita à indicação do Partido Democrata para a próxima eleição presidencial dos Estados Unidos, em 2020.
Na reunião, os debatedores foram unânimes em apontar que a disseminação de fake news está ligada à disputa política e ao avanço tecnológico.
Lídice destacou que, nas eleições de 2018, a disseminação de notícias falsas por meio da internet, redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas tomou conta do debate político e pode ter influenciado no resultado das eleições do ano passado.
Para ela, essa prática tem atingido o mundo todo, não sendo apenas um fenômeno visto no jornalismo, como também nas ações da sociedade, e que põe em ameaça a democracia.
Sobre os meios para coibir a prática das fake news, a socialista chamou atenção para o cuidado de não interferir na liberdade de expressão.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Lid. do PSB na Câmara, da Agência Senado e da Agência Câmara