Nas últimas semanas, se multiplicam as filas de cidadãos em frente às agências da Caixa Econômica Federal em todo o país na tentativa de receber o auxílio emergencial prometido pelo governo Bolsonaro. Milhões de pessoas aguardam o benefício, mas as exigências burocráticas e a má gestão têm impedido o acesso pela população mais necessitada.
Diante desta situação, o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) solicitou a convocação dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni, ao Plenário da Câmara para que esclareçam as medidas adotadas pelo governo federal para garantia de acesso aos beneficiários do auxílio, bem como o que estão fazendo para evitar as aglomerações de pessoas nos bancos. O presidente da Caixa, Pedro Duarte Guimarães, também foi convidado para dar explicações.
O requerimento é subscrito pelo líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon, e outros deputados da bancada socialista (João Campos, Gonzaga Patriota, Denis Bezerra, Mauro Nazif, Ted Conti, Vilson da Fetaemg, Elias Vaz, Luciano Ducci, Lídice da Mata, Bira do Pindaré, Marcelo Nilo, Aliel Machado e Camilo Capiberibe.
Para Cabral, é uma total falta de respeito com a população brasileira as filas vistas por todo país. “É preciso tomar providências para garantir o acesso à renda mínima e também proteger as pessoas”.
O socialista explica que, por se tratar de um programa gerido pelos ministérios da Economia e Cidadania, tendo a Caixa, subordinada ao primeiro, como executora, faz-se necessária a convocação dos dois ministros para prestarem esclarecimentos.
Segundo dados da própria Caixa, mais de 47 milhões de pessoas se cadastraram para obter o auxílio. “Ou seja, se não forem adotadas providências, essas aglomerações podem inclusive aumentar, colocando em risco milhões de brasileiros que dependem do auxílio para sua sobrevivência”, acrescentou o deputado.
Danilo destaca ainda que as aglomerações podem causar um grande dano em relação ao distanciamento social, uma das principais recomendações para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. “As filas acabam se tornando um meio para a disseminação do vírus”, afirma.
No Estado de Pernambuco, governado pelo socialista Paulo Câmara, o Procon vem aplicando multas às agências que têm desrespeitado o cumprimento das regras para evitar a propagação do novo coronavírus. O valor é de R$ 50 mil por agência que registrar filas.
Nesta segunda-feira (27), as multas já somavam R$ 1,1 milhão, segundo divulgou o órgão. “Isso só demonstra a gravidade da situação”, destaca o deputado.