A oitiva do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, agendada para a tarde desta quarta-feira (9), foi marcada pela ausência das testemunhas de defesa do caso André Vargas. São elas, três prefeitos e um deputado estadual do Paraná, além de uma funcionária do gabinete de Vargas, todas convidadas a depor pelo relator do caso, deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG).
André Vargas está envolvido em escândalo sobre possível interferência política em favor do laboratório Labogen, que serviria de empresa de fachada para lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Yousseff. O doleiro foi preso pela Polícia Federal (PF) na operação Lava Jato, que combate a lavagem de dinheiro.
Para o relator, os convidados a depor sobre o caso demonstram claramente que não tem intenção de comparecer às oitivas. “Uma testemunha fala que só pode vir depois da Copa, outra diz que só pode vir com dez dias de prazo para o convite. Então há uma clara intenção de protelar e de adiar para que o prazo corra e a gente não consiga ouvir essas pessoas”, contou.
Delgado acredita que essa ausência prejudica a própria defesa do maior envolvido no caso de lavagem de dinheiro, deputado André Vargas. “A verdade é que quando a pessoa não quer dizer nada, ela acaba dizendo muita coisa. As pessoas que vieram aqui e disseram poucas palavras, falaram algo de importante para a instrução do processo”, disse.
Além disso, de acordo com o socialista, a falta dessas testemunhas demonstra que eles estão agindo de maneira orquestrada. “Foram confirmadas ausências de funcionários que moram em Brasília, de representantes de mandatários de cargo eletivo, prefeitos e deputados estaduais. Suas faltas demonstram que estão intencionados em não comparecer para que esse processo se arraste enquanto tramita um pedido de perda de mandato para o deputado André Vargas”, explicou.
Delgado garantiu que vai respeitar o prazo para o fim das investigações e entrega do relatório, que é 29 de julho, caso não haja recesso parlamentar, ou 12 de agosto, com recesso. “Vamos cumprir todos os prazos, seremos rigorosos, como temos sido em relação a oitiva”, concluiu.
O colegiado marcou nova reunião para a próxima terça-feira (15).