Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados questionaram a condução dada pela Secretaria de Segurança Pública maranhense à elucidação do assassinato jornalista Décio Sá, do jornal O Estado do Maranhão. Parlamentares estiveram na última semana na capital e estranharam a falta de divulgação do retrato falado do suspeito e a ausência de pedido de fiscalização nas estradas, portos e aeroportos imediatamente após o crime. Em nota divulgada na última sexta-feira (11), a Comissão disse que vai pedir a federalização da investigação.
Na texto, os parlamentares lamentam a recusa do secretário de Segurança e do comandante da Polícia do Estado em receber a Comissão e fornecer informações sobre o caso. “Este comportamento contribui para aumentar as dúvidas sobre a capacidade e a isenção do sistema de segurança do Estado em elucidar tão bárbaro e covarde crime contra a pessoa, à liberdade de imprensa e à democracia”, registra a nota.
Agora os parlamentares querem agilizar a tramitação de projetos que federalizam a investigação de todos os crimes contra os direitos humanos e a liberdade de imprensa. Só este ano, seis jornalistas foram assassinados no Brasil, informa o deputado federal Severino Ninho (PSB-PE). Para o parlamentar, a Polícia Federal (PF) tem mais recursos humanos e técnicos para investigar esses tipos de crime, além de ser mais isenta. “A PF, por estar distante dos fatos, é menos imune a pressões políticas”, argumenta.
Os parlamentares concluíram na nota que a execução do jornalista, no último dia 23 de abril, foi decidida, planejada e executada por um esquema poderoso. “Talvez, por um consócio de interesses econômicos”, descreveram.
A missão de deputados que visitou a capital do Maranhão foi formada pelos deputados Domingos Dutra (PT/MA); Erika Kokay (PT/DF) e Severino Ninho (PSB/PE).