
Foto: Douglas Schineidr
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, participou da inauguração da nova sede do diretório estadual do partido no Rio de Janeiro, no centro da cidade, nesta segunda-feira (2).
Siqueira parabenizou a executiva estadual pela inauguração do novo espaço. Na oportunidade, ele relembrou da importância da conclusão da primeira etapa do processo inédito de autorreforma do PSB promovida pela Conferência Nacional na última semana no Rio.
Na conferência, mais de 300 filiados participaram de cinco grupos temáticos e discutiram o documento-base que traz um diagnóstico da crise do sistema político e propostas inovadoras para o país. Uma comissão irá adaptar as propostas ao documento que será colocado em consulta pública durante o ano que vem. Caravanas serão realizadas em todos os Estados. Todo o processo será finalizado no XV Congresso Nacional do PSB, em 2021.
Para Siqueira, nesse momento em que o país vive uma crise do sistema político com suas estruturas e recursos “necrosados”, com um presidente que não acredita em nenhuma virtude da democracia e que elogia ditaduras e torturadores, os socialistas precisam refletir e tomar atitudes para contribuir na solução deste problema.
“Precisamos enfrentar uma realidade muito dura que estamos vivendo. Uma crise política tão aguda, tão arriscada, nos chama a uma reflexão mais profunda. Vamos levantar a cabeça e defender as nossas ideias. Nós defendemos as melhores ideias, de humanismo, de igualdade, de democracia e de liberdade”, afirmou.

Foto: Douglas Schineidr
Siqueira destacou que o partido ter iniciado uma discussão ampla, profunda e estruturante acerca do que o PSB pensa sobre economia, políticas sociais, infraestrutura, ciência, tecnologia e inovação, educação e o sistema político é um passo muito importante que mostra o compromisso e a responsabilidade dos socialistas em enfrentar esta crise.
O presidente estadual do PSB-RJ, deputado federal Alessandro Molon, fez um discurso contra as desigualdades que castigam o povo brasileiro e fluminense. “Estamos aqui nesta inauguração porque queremos reafirmar a nossa identidade neste estado tão importante que é o Rio de Janeiro. Somos um partido de luta, e nos dias de hoje a nossa luta é, e tem que ser, contra a desigualdade social, que é o principal problema deste país. E essa desigualdade se manifesta de várias formas: econômica, de gênero, de raça e geográfica”.
Para Molon, a inauguração da nova sede é também uma forma de reapresentar o PSB ao público e, principalmente, à sua militância. O deputado defende que um espaço acolhedor e organizado é o ponto de partida para as pretensões de quem quer alçar grandes voos em um futuro próximo. “É preciso que as pessoas cheguem até aqui e sintam confiança no PSB. Queremos um partido forte e transparente”, afirmou.
O deputado, que também é líder da oposição na Câmara e secretário de Relações Internacionais do PSB, explicou que os partidos servem para organizar a luta e os valores defendidos por um povo.
“O que queremos nesta sede é construir um PSB forte neste estado. Essa sede não é um fim em si mesma. Ela não existe por que é bonita. Ela é bonita para ajudar na luta que precisamos ter. Ela é bonita por que o povo merece o melhor. Partido é lugar de luta, mas também tem que ser acolhedor, e as pessoas têm que se sentir bem quando vierem até aqui. Afinal, aqui iremos debater os rumos da nossa cidade e do nosso estado”.
Após a fala de Molon, foram nomeados os secretários dos segmentos do partido no Rio de Janeiro e suas comitivas. Raphael Costa foi nomeado secretário da Juventude do PSB-RJ; Lourenço Cezar da Silva assumiu a executiva estadual do MPS; Luciana Moreira se tornou secretária estadual da Mulher; e o cineasta Anderson Quack é o secretário estadual da Negritude Socialista.
O evento contou também contou com a participação do líder do PSB na Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar, dos deputados estaduais socialistas Carlos Minc e Renan Ferreirinha, dos secretários nacionais dos segmentos sociais do PSB Acilino Ribeiro (Movimento Popular), Dora Pires (Mulheres), Valneide Nascimento (Negritude) e Tony Sechi (Juventude), além de lideranças e militantes do partido no Rio de Janeiro.
Filiação
O presidente Carlos Siqueira anunciou a assinatura da ficha de filiação ao PSB do ex-prefeito do Rio de Janeiro, senador e deputado federal Roberto Saturnino Braga. A assinatura da ficha ocorrera à tarde na casa de Saturnino.
“É o retorno ao PSB de um companheiro que tem um simbolismo extraordinário para mim e para os cariocas. Uma figura absolutamente querida e respeitada dentro do nosso partido e pelo povo do Rio de Janeiro”, disse.
Carioca nascido na Glória (RJ), Saturnino formou-se em Engenharia pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), em 1954. De família influente no cenário político fluminense, o funcionário concursado do BNDE (hoje BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) iniciou sua carreira política em 1960, quando se filiou ao PSB pela primeira vez e, dois anos depois, elegeu-se como deputado federal pelo partido no Rio de Janeiro. Em 1964, era líder do PSB na Câmara, figurando na lista dos dez deputados mais atuantes escolhidos pelos jornalistas políticos da época.
Com a dissolução dos partidos pelo AI-2, integrou o grupo fundador do MDB, em oposição ao regime militar. Candidato à reeleição em 1966, Saturnino foi “vetado” pelo Serviço Nacional de Investigações (SNI), tendo sua candidatura impugnada por pedido daquela agência governamental da ditadura, sob a alegação de que pertencia ao Partido Comunista. Voltou-se, então, para o trabalho no BNDE, sem poder assumir regularmente nenhum cargo de chefia, em razão de sua ficha nos órgãos militares de informação. Desempenhou, entretanto, “interinamente” durante anos, funções importantes como a chefia do Departamento de Planejamento e a chefia do Gabinete do Presidente do Banco.

Em 1974, elegeu-se senador pelo Estado do Rio, votado por mais de dois terços do eleitorado. A experiência do mandato de deputado e do trabalho em um órgão da administração pública voltado para o desenvolvimento fez dele um senador atuante, de formação econômica e especialização em economia latino-americana, sendo um dos maiores críticos do “milagre brasileiro” da Ditadura.
Em 1986, se tornou o primeiro prefeito eleito da cidade do Rio de Janeiro, conquistando o pleito com quase 40% dos votos válidos. Retornou à política como vereador (1992-1996) e foi convidado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura do Rio de Janeiro. Permaneceu no cargo até 1998, quando foi eleito novamente para o Senado, posto onde encerrou sua carreira política em 2007.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Ascom do PSB-RJ