A economia brasileira começa, aos poucos, a dar sinais de melhora e de reaquecimento após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Nesta terça-feira (19), o Fundo Monetário Internacional (FMI) alterou as previsões para a economia brasileira e já destaca que apesar de uma contração no PIB em 2016, a tendência é que em 2017 o país volte a crescer.
Essa é a primeira vez, desde julho de 2012, que o Fundo Monetário projeta alta na economia brasileira. O órgão acredita que o país deve fechar o ano de 2017 com alta de 0,5%. “A confiança dos consumidores e empresários parece já ter batido no fundo no Brasil, e a contração do PIB no primeiro trimestre foi mais branda que a antecipada”, destacou o FMI.
Em relação ao ano de 2016, o FMI ainda projeta uma retração de 3,3%. Mas o índice é inferior à última estimativa divulgada em abril, quando a contração esperada para 2016 era de 3,8%.
A tendência de mercado apontada pelo FMI segue na mesma linha de projeção do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado por mais de 500 instituições financeiras e com sede em Washington (EUA). A entidade melhorou as expectativas da economia brasileira em relatório divulgado em junho, logo após a saída de Dilma Rousseff. Segundo o IFF, o PIB deverá cair 3,3% em 2016, mas, em 2017, a entidade projeta crescimento de 1% da economia brasileira. Antes do afastamento da petista, o IFF projetava alta de 0,5% em 2017.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também aponta sinais de que o país está voltando a crescer. O Grupo de Conjuntura (Gecon) do Ipea divulgou, há menos de duas semanas, documento destacando que “a economia brasileira apresenta alguns sinais de que o atual período recessivo poderia estar chegando ao fim”.
“Após quedas tão expressivas da produção e da renda, que resultaram na abertura de um grande hiato entre o PIB e o produto potencial (estimado em 6,4%), a grande questão que se coloca agora é o que fazer para restaurar a confiança dos agentes econômicos”, analisa o representante do Ipea, José Ronaldo Júnior, um dos responsáveis pelo documento. “A realização de reformas que levem as contas públicas para uma trajetória sustentável no médio prazo seria um passo importante nesta direção”, projeta o pesquisador.