Em conferência para representantes da indústria de bens de capital na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo, o candidato à Presidência pela Coligação Unidos pelo Brasil, Eduardo Campos, apontou a urgência de medidas para salvar a indústria brasileira.
Segundo dados da entidade, o primeiro semestre de 2014 registrou queda de 30% nas vendas do setor no mercado interno, em comparação ao mesmo período do ano passado, configurando uma das mais fortes crises já vividas pelosetor no Brasil. “A indústria brasileira foi para a UTI e é preciso ter clareza de que temos um quadro duro pela frente. Não dá para crescer com o PIB patinando em 0,9%”, afirmou Eduardo.
Diante de uma plateia de 200 dirigentes, Eduardo avaliou o cenário que trouxe o Brasil ao atual patamar de baixo crescimento. “Vivemos, entre os últimos 40 anos, o período mais duro para a indústria nacional. Desde 2008, com a crise global, os blocos econômicos se movimentam para buscar seus mercados internos e tornam a concorrência mais difícil para o País”, disse. “Temos questões logísticas, tributárias, câmbio fraco, inflação e o custo Brasil, que são questões que nos levam a um ambiente de grande preocupação”, apontou o presidenciável, que recebeu da Abimaq um documento com propostas para revitalizar a indústria de transformação no país.
Nova agenda setorial – Durante a apresentação, Eduardo apresentou sua proposta para recuperar não somente a indústria de bens de capital, como de todos os demais setores da economia brasileira. De acordo com dados divulgados pela Abimaq, o faturamento da indústria de transformação teve queda de 13,2% no primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013. Segundo a entidade, o que vem segurando a indústria são as exportações. “Precisamos de uma governança macroeconômica que retome a confiança no Brasil, a partir de uma gestão pública capacitada, eficiente, compromissada com a ética e que pense com um planejamento de longo prazo”, afirmou.
Segundo Campos, é preciso atuar no tripé câmbio, juros e reforma tributária. “É fundamental estabilizar a política monetária e fiscal, alinhada a uma política comercial e de relações exteriores mais ativa, que defenda os nossos interesses em exportar mais, além de colocar a inflação e juros no centro da meta”, completou. “Isso não se faz por decreto ou voluntarismo, mas com medidas macroeconômicas de curto, médio e longo prazo, que reponham o câmbio em uma condição que não roube a produtividade da indústria brasileira, como acontece hoje e que vem derretendo o nível de emprego nos últimos anos”.