Presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, reafirmou a seriedade da decisão que culminou na devolução dos cargos que o partido controlava na administração pública federal e enfatizou sua coerência com a necessidade de conduzir e participar do debate em torno dos problemas do Brasil. “Nós não nos arrependemos, ao longo desses 10 anos, de ter dado sustentação a esse projeto que a nosso ver fez bem ao Brasil; como não nos arrependemos de ter entregue os cargos para que, de uma maneira muito tranquila, muito franca, possamos participar do debate sobre o futuro do Brasil”, afirmou, em rápida conversa com jornalistas. Minutos antes, o político pernambucano já havia sinalizado os objetivos do partido: “Estamos fazendo o inusitado. Quando há vaga no governo, tem uma fila de partidos levando currículos. Nós queremos fazer fila para levar ideias”, frisou.
O governador de Pernambuco encerrou a última edição do Fórum Exame, simpósio organizado pela revista para discutir o tema da produtividade do setor produtivo nacional e seu impacto sobre a economia brasileira. Ao deixar o evento, respondeu perguntas dos jornalistas que acompanharam o debate. Leia os principais trechos de sua manifestação:
SOBRE A POLARIZAÇÃO COM OUTROS PARTIDOS— “Eu acho que a gente precisa entender que a questão brasileira é mais complexa que uma posição bipolar. Nós estamos há 10 anos ajudando esse projeto que governa o Brasil hoje, por que o nosso partido esta há 60 anos nesse campo político, e nós com a autoridade de quem sempre esteve nesse campo político, sempre militou nesse campo politico; e traduzindo as proecupaçõoes da sociedade brasileira que quer um debate sobre a nova agenda; entende que o debate é mais plural do que o ‘eu estou completamente certo e eles estão completamente errados’. Esse é um debate que não deve ser feito nesses termos.”.
SOBRE OS PROBLEMAS DO BRASIL— “Nós precisamos construir uma série de pontos em que todos podemos estar de acordo, por exemplo, o enfrentamento da miséria, da pobreza; que a educação deve ser uma prioridade e a gente deve colocar as crianças nas creches que faltam no Brasil. Isso não vai dividir as forças politicas no Brasil, sinceramente, não. Tem pontos da agenda nacional sobre os quais há um consenso do país. E tem outros pontos em que se faz a disputa política. Eu acho que está mais do que claro que tem uma agenda a ser construída. Nenhum partido, isoladamente, tem essa agenda, o debate com a sociedade é que vai construir a agenda de reformas, a agenda que levará a um salto na qualidade do serviço público. É esse o debate que nós vamos fazer. Respeitamos a visão dos outros, por que isso é da essencia da democracia, mas nossa visão é essa.”.
COERÊNCIA— “Nós não nos arrependemos, ao longo desses 10 anos, de ter dado sustentação a esse projeto que a nosso ver fez bem ao Brasil; como não nos arrependemos de ter entregue os cargos para que, de uma maneira muito tranquila, muito franca, possamos participar do debate sobre o futuro do Brasil”.