O presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, afirmou na noite desta terça-feira (15), em palestra na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, que o Brasil precisa de um novo pacto social e, para isso, de um novo pacto político, com a nova pauta que foi colocada nas ruas em junho. Ele foi o primeiro candidato a participar da série “Presidenciáveis: Ciclo de Debates sobre o Futuro do Brasil”,em que a Estácio ouvirá também os demais concorrentes à Presidência da República em 2014.
No primeiro evento público após a oficialização de sua pré-candidatura à Presidência, realizada em Brasília na segunda-feira (14), Eduardo Campos falou a uma plateia de cerca de 100 estudantes e professores, com transmissão ao vivo para os 80 campus da Estácio de Sá em todo o país.
Em palestra intitulada “O Brasil do Futuro – um Olhar Estratégico”, ele avaliou que o país precisa passar por um novo ciclo, que coloque no centro do debate a qualidade de vida, a recuperação da produtividade e a construção das diretrizes não só para os próximos quatro anos mas, também, para os próximos 20, 30 anos. “E a primeira mudança necessária para alcançarmos isso é a mudança na política”, defendeu.
Para Eduardo Campos, o Brasil enfrenta uma crise de expectativa e confiança. “Há nações mundo afora com a mesma expressão econômica e política que a nossa, mas que, em contrapartida, têm fundamentos econômicos mais débeis”, comparou. “As pessoas, os agentes sociais e econômicos, têm necessidade de saber qual é a estratégia, qual é o rumo que vai se dar ao país. E hoje nós não percebemos que existam estratégias de longo prazo no Brasil, como grandes blocos e nações já estão apresentando”.
O líder socialista falou ainda sobre mobilidade urbana, saúde e segurança pública, defendendo que, para haver mudanças nessas áreas, é preciso um novo pacto político. “Não dá para fazer um novo ciclo com a velha política. É preciso mudar as pessoas que já deram o que tinham que dar, ou que nunca deram efetivamente nada, só tiraram da política. É preciso colocar o fisiologismo, o patrimonialismo na oposição”, defendeu Campos, reiterando o que falou em seu discurso no evento da pré-candidatura, em Brasília. “A qualidade de vida deve ser a grande bandeira, o símbolo mesmo da mudança”, pontuou.
No final da palestra, Eduardo Campos foi questionado sobre qual sua opinião em relação ao impacto da Copa do Mundo sobre os brasileiros. Ele foi franco e direto e respondeu que as expectativas e mudanças esperadas em função do certame mundial provavelmente não irão se concretizar. “A sociedade não quer dizer que não gosta de futebol, que não vai torcer pela seleção. O recado que está colocado com clareza é que o futebol não é o assunto número um para a população neste momento. Que é preciso melhorar os serviços de saúde, educação, transporte coletivo e segurança”, avaliou, remetendo às demandas que chegaram das ruas nas manifestações populares de junho passado.
Sobre as denúncias envolvendo a Petrobras, especificamente a compra superfaturada da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, Eduardo Campos disse que considerou importante a declaração da presidente da estatal, Graça Foster, de que foi um mau negócio. Ela admitiu o problema em audiência pública realizada ontem (15) no Senado. No entanto, o agora pré-candidato do PSB cobrou providências para que os responsáveis por esse mau negócio seja punidos.
“Não há como entender que, em apenas três anos, a Petrobras, que é empresa top mundial na área do petróleo, esteja valendo metade do que valia e devendo quatro vezes mais do que em 2010, quando a Presidente Dilma assumiu”, reforçou. “Agrava ainda mais o quadro a estatal estar envolvida em operações com prejuízo bilionário, como essa da compra da refinaria no Texas. O momento é grave e requer que se defenda a Petrobras, que é patrimônio nacional”.