Candidatos à Presidência da República pela aliança formada entre o PSB e a Rede Sustentabilidade, com o apoio do PPS, PPL, PRP e PHS Eduardo Campos e Marina Silva descartaram nesse sábado (31) qualquer movimento de pressão para conquistar o apoio do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que anunciou sua aposentadoria dias atrás. “Quando decidiu aposentar-se depois do prazo que o torna inelegível, ele mandou um recado claro de que não deseja participar do processo politico esse ano. E nós vamos respeitar isso”, disse Eduardo. “Nós não vamos constrangê-lo com convites ou forçar a barra”, acrescentou. Candidata a vice, Marina Silva endossou: “A nossa attitude é de respeito”.
Os dois passaram a manhã em Goiânia, onde a aliança realizou o último dos encontros programáticos regionais para discutir o programa de governo que apresentarão ao país durante o mês de julho. O encontro é promovido e organizado pela fundação João Mangabeira.
Em entrevista à imprensa, Campos voltou a lamentar o fraco desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre e atribuiu o resultado também à falta de confiança enfrentada pelo governo federal. “Teremos os quatro anos de mais baixo crescimento da história brasileira e isso é grave”, disse Campos. “A inflação corrói o crescimento e vai corroer também o emprego, esse é um movimento que já começou na indústria”, acrescentou. Segundo ele, ainda que tenha sido alertado dos problemas, apenas agora o governo reconhece o impacto da inflação sobre o país. O presidenciável reafirmou o apoio à candidatura do deputado Miro Teixeira (PDT) ao governo do Rio de Janeiro e descartou uma guinada na direção de outra força política naquele Estado. “Nossa posição no Rio é pública e conhecida, de apoio ao Miro Teixeira”, afirmou, respondendo à especulações em torno de uma possível aliança com o PR e seu candidato, o deputado Anthony Garotinho.
Eduardo confirmou que o PSB manteve conversas com o PR e o PRB fluminense, mas que ambas as legendas foram comunicadas do apoio ao candidato do PDT. Em sua passagem por Goiânia, o presidenciável socialista fez uma visita de cortesia ao ex-governador de Goiás, Íris Rezende, provável nome do PMDB para a disputa estadual desse ano. Eduardo Campos informou que não trataram de política. “Fiz uma visita de cortesia. Ele teve uma relação fraternal com meu avô”, comentou. “O PMDB tem dimensão e história em Goiás, mas a condução do processo politico será feita pelo partido no Estado. Quisemos mostrar respeito pela história dele e deixar aberta uma porta para o futuro”.