O setor sucroenergético brasileiro precisa de um novo plano estratégico, que recupere uma visão de longo prazo e garanta as condições necessárias para a recuperação e competitividade do setor. Para isso, é fundamental a retomada do diálogo do governo federal com os empresários e especialistas da área, o que exige uma troca de comando no Palácio do Planalto. Esse diagnóstico foi apresentado pelo pré-candidato à Presidência pela aliança do PSB e Rede Sustentabilidade, que tem o apoio do PPS, PPL, PRP e PHS, Eduardo Campos no 5* Top Etanol, evento do setor sucroenergético realizado em São Paulo. “É preciso ter uma visão de longo prazo para o setor sucroenergético brasileiro. Esse setor de energia deixou de ter uma visão de Estado e passou a ter a visão de uma ou duas pessoas que de forma autoritária, muitas vezes desrespeitando a visão da Academia brasileira, a experiência do empresariado, acham que sabem de tudo e não precisam ouvir ninguém e que podem impor a sua vontade ao Estado brasileiro”, afirmou.
Segundo ele, é essencial que se retome o planejamento estratégico, para pensar o setor sucroenergético para os próximos 10 anos, 20 anos, com um compromisso claro e efetivo do governo federal para apoiar o setor a alcançar as metas. Para Eduardo, o principal problema do setor hoje é a falta de regras. “E esse setor que é responsável por 15% da energia brasileira, não tem a regra. Os senhores são a prova: a situação hoje é a prova disso: a ausência de regras em um setor que acreditou no governo, que foi buscar dinheiro emprestado, que foi buscar parceiros, que investiu a viver hoje a situação que vivemos. Portanto, uma visão de longo prazo é fundamental”, disse.
Eduardo reafirmou que houve avanços no Brasil a partir da redemocratização, como a estabilização econômica, o aumento da renda da população e o incentivo aos veículos flex, que trouxe fôlego ao mercado. Mas reafirmou que nos últimos três anos os avanços sofreram uma pausa e a situação do país começou a piorar. O presidenciável atribuiu ao atual cenário econômico (citando o baixo crescimento, inflação alta e taxas de juros ascendentes), o desmonte de setores considerados estratégicos, como o sucroenergético (tanto na indústria de açúcar e etanol, como nos seus outros segmentos).
O candidato socialista defendeu uma tributação diferenciada para biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis, proposta bem recebida pelo público. Para Eduardo, isso pode ser feito sem aumento de impostos e a receita gerada pelo que qualificou como valorização dos biocombustíveis deve ser investida na melhoria da mobilidade urbana. "Eu quero ser o presidente que vai voltar tratar de maneira diferente o combustível fóssil e o combustível renovável".