O deputado federal Elias Vaz, vice-líder do PSB na Câmara, apresentou, nesta quinta-feira (11), um requerimento ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pedindo explicações sobre os pagamentos de supersalários que somam até R$ 1 milhão feitos em meio a pandemia de covid-19 a militares da ativa, inativos e pensionistas.
O grupo das Forças Armadas beneficiado inclui aliados de Bolsonaro, como o candidato a vice na chapa de reeleição, o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto; o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; e o atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.
Enquanto a população era obrigada a lidar com todos os desafios impostos pela falta de ações do governo no combate à pandemia, só o general Walter Braga Netto recebeu R$ 925.950,40 entre março e junho de 2020. Nesse mesmo período, parlamentares do PSB, ao lado de outros partidos da oposição, defendiam no Congresso a aprovação do Auxílio Emergencial no valor de R$600,00 às famílias de baixa renda. Um valor três vezes maior do que o apresentado por Bolsonaro e sua equipe.
Já o almirante Bento Albuquerque, que ocupou o Ministério de Minas e Energia entre janeiro de 2019 e maio de 2022 recebeu, nos meses de maio e junho de 2020, além do salário, RS 1.037.015,42. Os pagamentos dos valores extraordinários ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, por sua vez, ocorreram nos meses de julho, agosto e setembro de 2020. A soma, além do salário mensal, atingiu RS 731.879,43 em valores brutos.
De acordo com relatório produzido pelo deputado, o campeão entre os ministros militares de Bolsonaro foi o almirante Bento Albuquerque, que ocupou o Ministério de Minas e Energia entre janeiro de 2019 e maio de 2022. Nos meses de maio e junho de 2020, ele recebeu, além do salário, a soma de R$ 1.037.015,42, valor bruto.
No requerimento, Elias pede o detalhamento dos pagamentos extraordinários feitos em quatro frentes: remuneração básica bruta, férias, outras remunerações eventuais e verbas indenizatórias registradas no sistema de pessoal militar. As parcelas foram pagas de duas formas ao longo de 2020: pagamentos integrais em um único mês ou divididos em duas ou três parcelas.
Há casos de militares que chegaram a receber, além do salário normal, R$721 mil de remuneração básica bruta no mesmo mês e outros que receberam R$ 684 mil de férias no mês. Na categoria de “Outras Remunerações Eventuais”, os benefícios extras por militar chegam a R$ 710 mil em um único mês. Também há militares que receberam no mês até R$391 mil de “Verbas Indenizatórias Registradas em Sistemas de Pessoal Militar”.
“A nossa preocupação é que Bolsonaro esteja utilizando esses benefícios como instrumento de cooptação de alguns setores das Forças Armadas, representando uma ameaça à democracia. Estamos atentos a qualquer ação nesse sentido”, destaca Elias Vaz.
Com informações da assessoria de imprensa