O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, participou, na manhã deste sábado (24), na cidade de Varginha (MG), do ato de filiação do deputado estadual Professor Cleiton e de importantes lideranças do sul do Estado.
O evento contou com a presença de 250 pessoas, representantes de 66 municípios mineiros, que lotaram o auditório do antigo Hotel Jaraguá. Também participaram o vice-presidente de Modernização Partidária do PSB, João Capiberibe, o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), o presidente estadual do PSB-MG, René Vilela, e o presidente municipal do PSB de Varginha, Armando Fortunato. Na ocasião, Siqueira destacou estar entusiasmado com a vinda do novo filiado, Professor Cleiton, por sua identidade política, programática e ideológica com o PSB.
Siqueira criticou as “deformações” ocorridas nos partidos nos últimos 34 anos de democracia, o que, na sua opinião, levou o país ao atual estado de crise política e ameaça aos direitos sociais. Entre esses desvios estão o fato de muitos políticos utilizarem seus mandatos para autopromoção e não assumirem compromisso programático com seus partidos.
Por isso, Siqueira destacou que o PSB fará uma autorreforma para “dar exemplo” aos demais partidos progressistas. A iniciativa inédita lançada pelo PSB será consolidada em um documento durante uma conferência nacional que será realizada entre os dias 27 e 29 de novembro e consistirá ainda na atualização do manifesto e do programa partidários.
“Faremos uma autorreforma para que possamos fazer com que a política possa recuperar sua legitimidade e credibilidade porque a população precisa se organizar, reivindicar e não permitir o retrocesso que atualmente é promovido diretamente pelo presidente da República, chegando ao ponto de deixar que se queimem riquezas extraordinárias no nosso país”, citou referindo-se à Floresta Amazônica que sofre com grandes queimadas e desmatamento agravados nos primeiros meses de governo de Jair Bolsonaro.
Segundo Siqueira, os partidos são os pilares da democracia e precisam ser fortalecidos – mantendo a coerência com seus princípios – para superar a crise no país. “O objetivo do partido, ao contrário de ser um fim em si mesmo, deve ser defender o país, seu desenvolvimento estratégico, os interesses e os direitos sociais dos seus cidadãos”, disse.
Então, defende o presidente, é preciso reconstruir o sistema político por meio da participação popular para dar vitalidade à democracia no país, que está enfraquecida por maus políticos e por uma “onda conservadora” mundial.
“A política só vai melhorar quanto mais nós tivermos a capacidade de fazer com que o cidadão comum, o cidadão eleitor, o cidadão de qualquer classe social possa não apenas votar e ser votado, mas possa, sobretudo, acompanhar no dia a dia aqueles que exercem seus mandatos, e exercer sobre eles a legítima pressão que os fará agir corretamente”.
Neste sentido, o vice-presidente de Modernização Partidária e ex-senador João Capiberibe explicou que dentro da proposta de autorreforma será lançado um aplicativo onde cada militante poderá “carregar o PSB no bolso”.
“Há uma convergência em massa no mundo focada nas novas tecnologias e na comunicação em redes. O partido que não se atualizar e não se organizar nisso terá dificuldades de sobreviver. Então é fundamental que o PSB também faça esse link entre seus núcleos de base, segmentos e dirigentes em uma rede de comunicação nacional por meio desse aplicativo”, disse.
“A eleição de Bolsonaro foi um erro cometido por todos”, lamenta Siqueira. A reforma da Previdência aprovada na Câmara dos Deputado e em discussão no Senado é outro equívoco prejudicial à população. Entretanto, afirmou, os socialistas têm o dever de superar esse momento e o conservadorismo por meio de suas atitudes, de sua militância, de suas crenças e de sua mobilização para reerguer o país em torno do bem da democracia e dos direitos sociais.
“Se quisermos honrar o que dizemos que somos, socialistas, não podemos ser coniventes com essa injustiça da reforma e com nenhuma outra. Temos que nos levantar em favor da reconstrução do nosso país e é por isso que queremos e vamos renovar o programa, o manifesto, as formas de organização e militância do nosso partido”, bradou.
Para isso, Siqueira destacou ser necessário ter esperança e o sonho utópico de pensar uma sociedade livre, com direitos e liberdades, sem injustiça social, com diferenças regionais, culturais e religiosas, sem miséria e com oportunidades de desenvolvimento para cada cidadão. Esses pontos são bandeiras defendidas pelo PSB desde suas origens em 1947 e, dessa forma, aponta o presidente, mirando essas ideias que iluminam a caminhada do partido há 72 anos é que será feita a autorreforma.
“Faremos para termos a ideia e a vontade de sugerir mudanças no nosso funcionamento, numa democracia interna mais vibrante, para podermos fazer e promover as políticas de formação de nossa militância e dos nossos dirigentes, para prepará-los para o exercício da cidadania política e também preparar aqueles que desejam exercer mandatos municipais, estaduais e nacionais”, destacou.
O deputado Professor Cleiton relatou que, antes de optar filiar-se ao PSB, analisou o Estatuto do partido e encontrou ali uma coerência com sua história e convicções de vida. “Como historiador, eu conheci a história do partido, a seriedade dos homens que fizeram e fazem parte dele”, disse.
Para ele, sua filiação é mais que um ato político, e sim um encontro de pessoas com o mesmo sentimento. “Essa reunião é de homens e mulheres, de políticos e não políticos, imbuídos do mesmo sentimento que motiva, que transforma, que faz com que esse partido passe por uma revisão e uma reconstrução, e que nos faz acreditar que é possível, através da política, oferecermos esperança às pessoas. O PSB é o partido da justiça social!”, afirmou.
O deputado federal socialista Júlio Delgado lamentou que o país vive um período de retirada de direitos e de conquistas sociais desde o governo de Michel Temer, com a reforma trabalhista, até os tempos atuais, além de um descrédito da população com a política.
“Mas isso faz com que a gente tenha uma vontade de resistência. Nós estamos vendo uma discussão entre a esquerda e a direita radicais, e no meio está a grande massa da população com um desejo de transformar o país e com pessoas que acreditam que ainda é possível fazer política com p maiúsculo, política de verdade”.
René Vilela, presidente estadual do PSB-MG, também destacou que o partido não é uma legenda apenas de eleição. “Quem pensa que somos apenas isso, aí é que está completamente enganado porque nós temos um programa que faz o PSB ser o único partido democrático ativo há 72 anos nesse país. Nenhum outro tem essa história e isso nos faz ter uma pequena noção da responsabilidade que nos é depositada”, complementou.Para finalizar, Siqueira convocou a participação dos dirigentes e militantes do partido presentes ao evento para colaborarem com a autorreforma do PSB. “Nos acompanhem, nos informem e indiquem mudanças, cobrem, exerçam a cidadania político-partidária e tragam gente de bem para o partido, que queria mudar o país, que sejam solidárias, com comportamento ético e de apoio às necessidades da população”.
Já nos primeiros meses de mandato, o deputado Professor Cleiton se destaca em Minas pela capacidade de defesa dos direitos essenciais da população e consolida-se como uma das principais lideranças políticas em ascensão no Estado.
Confira a galeria de fotos do ato de filiação no Flickr do PSB:
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional