
Siqueira defendeu o compromisso com as bandeiras históricas do partido e afirmou que o PSB “disse não” todas as vezes que seus princípios e os interesses da população foram ameaçados por interesses individuais. Foto: Humberto Pradera
Os brasileiros darão uma resposta “vibrante e massiva” em 2018 contra a corrupção e os retrocessos impostos pelo governo do presidente Michel Temer, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, durante o congresso estadual do partido em São Luís, no Maranhão.
“Nós não podemos aceitar calados o que está acontecendo em nosso país, porque é muito grave, é um retrocesso monumental contra o qual temos todos que lutar e para o qual a nação brasileira dará uma resposta vibrante e massiva em 2018, para barrar este governo que chegou dizendo que estava combatendo a corrupção”, afirmou Siqueira, que participou da abertura do congresso, no sábado (9).
Neste domingo (10), os socialistas votaram pela recondução do presidente estadual e prefeito de Timon, Luciano Leitoa, e elegeram delegados ao Congresso Nacional e os novos integrantes do diretório estadual.
Estiveram presentes ao ato político de abertura do Congresso o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), o deputado estadual Bira do Pindaré, os secretários socialistas do governo do Estado, Davi Telles (Ciência, Tecnologia e Inovação, Davi Telles), Marcelo Coelho (Meio Ambiente) e Marcelo Tavares (Casa Civil).
Também participaram a secretária nacional de Mulheres, Dora Pires, o secretário-geral do Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), Joilson Cardoso, e o secretário Nacional de Relações Internacionais e Políticas Estratégicas do Movimento Popular Socialista (MPS), Acelino Ribeiro, além de lideranças de outros partidos políticos e representantes dos movimentos sociais.
Em seu discurso, o presidente socialista defendeu o compromisso com as bandeiras históricas do partido e afirmou que o PSB “disse não” todas as vezes que seus princípios e os interesses da população foram ameaçados por interesses individuais. “Nós dissemos um ‘não’ rotundo, um ‘não’ claro, porque temos que reafirmar permanentemente os nossos compromissos históricos com a população brasileira”, afirmou.
Para Siqueira, a experiência política do país mostra que aqueles que retiram ou ameaçam direitos da população caem no “esquecimento”, vão para o “subterrâneo” da história. “É isso que ocorre no PSB, desde a década de 1950, quando tínhamos apenas nove deputados. Cinco aderiram ao governo populista e direitista de Jânio Quadros, e foram embora todos. Pergunto a um socialista, vocês se lembram de um único deputado desses?”, indagou.
“Essas pessoas ficarão no esquecimento da história, ficarão no subterrâneo. Os que estão na contramão da história ficarão lá (no esquecimento) e provavelmente serão atropelados”, reafirmou o socialista.
Ele criticou a retirada de direitos trabalhistas com a reforma promovida pelo atual governo e lembrou que o PSB, por meio de sua Executiva Nacional, aprovou, por unanimidade, a defesa da renúncia de Temer e da realização de eleições diretas. O partido referendou também pedido de impeachment do presidente.

O congresso do PSB-MA ocorreu na Assembleia Legislativa estadual e contou com a presença de lideranças políticas de diversos partidos, além de representantes dos movimentos sociais. Foto: Humberto Pradera
O argumento de governistas de que a reforma trabalhista era necessária porque a legislação impede o crescimento não se sustenta, afirmou Siqueira. Segundo ele, o país se industrializou, cresceu economicamente “a índices chineses”, atingiu pleno emprego e se tornou uma das maiores economias do mundo com a vigência da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “É uma mentira e nós não podemos aceitar, porque é desfavor aos que ganham menos, é desfavor para os trabalhadores”, criticou.
O presidente do PSB também defendeu a unidade contra as políticas neoliberais que retiram direitos do povo. “Porque nós não podemos assistir ao que estará acontecendo sem unir forças, forças para que vão além da esquerda, deve reunir todas as forças que têm amor ao país. Um país tão grande, com tantas potencialidades, com gente com tantas qualidades, com gente tão trabalhadora, tão harmoniosa, tão capaz, não é possível que nós não possamos unir forças para dar uma resposta segura e altiva para barrar esse retrocesso”, defendeu.
O país se tornará moderno não com “retrocessos”, mas a partir do desenvolvimento econômico, político e sobretudo, social, afirmou Siqueira. “Para torná-lo um país mais moderno, não é entregá-lo aos bancos, não é diminuir os direitos dos trabalhadores. Para torná-lo um país moderno, é preciso acabar com a miséria, diminuir as diferenças sociais e desenvolvê-lo do ponto de vista econômico, do ponto de vista da política, e do ponto de vista social, em especial”, disse.
Siqueira defendeu a necessidade de os socialistas manterem vivos a utopia e os sonhos. Os objetivos do PSB devem ser maiores do que os governos, disse. “Os nossos sonhos, a nossa utopia é o que nos move. Como dizia Ariano Suassuna, não podemos ficar no canto parado, somos movidos pela energia de transformar o mundo”, afirmou. “Enquanto existir um único homem, um só, que seja injustiçado no planeta, nossa causa continuará válida e contemporânea”, finalizou.
Exemplo de Eduardo Campos
O governador do Maranhão Flávio Dino (PC do B) agradeceu o apoio do PSB e citou três políticas implementadas por Eduardo Campos em Pernambuco que adotou em seu governo por influência do ex-governador.
“Eduardo Campos disse, ‘Flávio, eu vou dizer só três coisas: Primeiro, faz o escola em tempo integral; faz o benefício para a juventude poder estudar, que são dois programas. Um é de carteira de habilitação e o outro foi esse que lá em Pernambuco tem outro nome, e aqui é o Cidadão do Mundo. Coisas que só os filhos dos ricos podiam, que é estudar no exterior, hoje os filhos dos mais pobres vão, e eu devo essas ideias a Eduardo Campos”, disse.

Luciano Leitoa: “Mandatos passarão, e o que fica é o legado que o partido constrói”. Foto: Humberto Pradera
Partidos fortes
O presidente estadual e prefeito de Timon, Luciano Leitoa, destacou a importância da manutenção do legado socialista e disse que, mais do que mandatos, a política brasileira precisa de partidos fortes.”No partido muitas pessoas se filiam, são detentoras de mandatos, mas chegamos a conclusão que, muito mais do que mandatos, temos que ter partidos fortes. O PSB é muito maior do que os mandatos, porque mandatos passarão, e o que fica é o legado que o partido constrói”, destacou.
Já o deputado estadual Bira do Pindaré lembrou que o apoio de Eduardo Campos no Maranhão foi fundamental na vitória do projeto que pôs fim a décadas de governos sob influência da família Sarney nas eleições de 2014. “Nenhuma liderança teve mais participação no projeto que construímos no Maranhão do que Eduardo Campos. Tantas vezes que ele esteve aqui pessoalmente, que ele empenhou a sua palavra e colocou a sua colaboração em nome do PSB para que esse projeto do Maranhão pudesse ser vitorioso. E aqui no Maranhão nós vencemos”, destacou. O congresso estadual do PSB-MA aconteceu na Assembleia Legislativa estadual.
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Assessoria de Comunicação/PSB Nacional