Em roteiro por Santa Catarina nesta terça-feira (22), o pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, conheceu uma plataforma digital elaborada por membros do PSB, da REDE e do PPS no estado, para recolher sugestões para o Brasil e Santa Catarina.
Ainda na capital, Florianópolis, participou de um debate-almoço do Grupo de Líderes Empresariais (Lide-SC) no centro de exposições Centrosul, e dali seguiu para Chapecó, no oeste catarinense.
Pela manhã, no hotel Majestic, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se encontrou com pré-candidatos dos partidos que compõem a aliança em Santa Catarina e reforçou a eles o momento histórico que o país vive, às vésperas de novas eleições e de uma insatisfação grande da população, expressa em pesquisas.
Eduardo também conheceu o portal Desafios Brasil SC (http://www.desafiossc.com.br), no qual os internautas poderão colocar suas ideias e propostas em relação a temas que achem importantes para o estado e o país. Altamente colaborativo, o site será organizado de maneira a valorizar as propostas mais votadas. O pré-candidato se disse entusiasmado com a ideia e cogitou levá-la a outros estados.
Já no almoço com empresários do Lide-SC, Eduardo fez um discurso contundente contra a situação atual do país, sendo bastante aplaudido.
“Precisamos de uma nova agenda para o país. A gente liga a TV e vê aquelas mesmas figuras de sempre, discutindo a participação em pedaços do Estado, sem nenhum conteúdo. Para dar conta dessa nova agenda, é necessário um câmbio político. Temos que colocar essas forças fisiologistas na oposição”, defendeu o pré-candidato.
Ao apresentá-lo ao público, no início do evento, o presidente estadual do PSB em Santa Catarina, Deputado Federal Paulo Bornhausen, disse que o país precisa de líderes à altura do desafio que o país tem pela frente. “E você é esse líder Eduardo”, afirmou ele.
Em reunião com a imprensa, o pré-candidato também elogiou a iniciativa catarinense de lançar um portal colaborativo e falou sobre a importância do estado na construção de uma plataforma nacional de governo.
Chapecó – No meio da tarde, Eduardo Campos e Paulo Bornhausen embarcaram para Chapecó. Acompanhados de outros líderes políticos da aliança, eles participaram de uma reunião com cooperativas e sindicatos e depois com líderes empresariais, na Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC). Pelo menos três vezes, Eduardo repetiu que estava ali no Oeste para ouvir.
Ouviu queixas e pedidos de incentivos a obras de infraestrutura, como ferrovias e duplicações de rodovias importantes do Estado. "Estamos começando aqui por Santa Catarina um processo de escutar, para evoluirmos com o nosso programa de governo. Estamos numa fase de mudança de Era. E a política também está mudando. Quem não compreender isso, vai ficar de fora", afirmou Eduardo Campos.
Além da ACIC, ele manteve outros dois compromissos em Chapecó, onde elogiou Santa Catarina e apoiou demandas de infraestrutura como as ferrovias Norte-Sul (Chapecó até Mato Grosso) e Leste-Oeste (Dionísio Cerqueira ao Litoral).
Eduardo Campos esteve também na Associação Atlética Regional Alfa (AARA), onde teve uma reunião com lideranças do agronegócio. Lá recebeu um documento assinado por entidades ligadas ao setor, reivindicando investimentos em ferrovias para a região, duplicação da BR 282, federalização do Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso, de Chapecó, além de investimentos em energia elétrica e ampliação do seguro agrícola.
O presidente da Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, disse que as agroindústrias estão perdendo competitividade com os problemas de logística e falta de mão-de-obra.
As mesmas reivindicações também estavam em outro documento entregue por lideranças empresariais da ACIC, cujo presidente, Bento Zanoni, ainda acrescentou as necessidades de reformas política e a tributária.
O pré-candidato se mostrou sensível às demandas apresentadas e disse que a região merece uma ferrovia. “Precisamos animar os investimentos em ferrovias”, destacou, afirmando que as obras no setor estão lentas ou até paradas. Ele afirmou que vai buscar recursos em parcerias público-privadas e concessões mas, para que para isso aconteça, é preciso estabelecer regras claras. “Hoje não há confiança nas regras, há uma falta de clareza e um certo preconceito com os que empreendem”, ponderou.
Campos afirmou que o Brasil vive um dos períodos de menor crescimento da história República e, ainda, que o momento agora é de ouvir o Brasil. Ele também elogiou as experiências de Santa Catarina no cooperativismo e no desenvolvimento com menos desigualdades sociais. “O Brasil precisa aprender mais com vocês”, concluiu.