O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que o procedimento de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff precisa ser encerrado para que avancem medidas estruturantes no país.
Ao comentar a ainda incipiente redução ministerial prometida pelo governo do presidente interino Michel Temer, Siqueira disse que a medida tem caráter mais simbólico, já que na prática a economia com o corte de pastas não é expressiva. “Estamos mais preocupados com os temas sociais e econômicos, estes sim, fundamentais. E para agilizar as mudanças é necessário encerrar o processo de impeachment. Isso dará mais força e estabilidade ao governo do presidente Temer. O pesadelo precisa passar”, defendeu o presidente do PSB em entrevista à Agência Globo.
Até o momento, o presidente interino Michel Temer cortou seis ministérios. Ao assumir a interinidade, o peemedebista havia prometido cortar dez pastas. Na quinta-feira da semana passada, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que na reforma administrativa de maio fora incorporado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Já o processo de impeachment da presidente Dilma, tido como decisivo para que o país volte a avançar, entrou na reta final. Na semana passada, o Senado aprovou parecer da comissão especial do impeachment e agora Dilma é considerada ré por ter cometido crime de responsabilidade, em função de atrasos propositais dos pagamentos de programas sociais. Dos sete integrantes do PSB no Senado, cinco votaram a favor do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB): Antônio Carlos Valadares (SE), Fernando Bezerra Coelho (PE), Lúcia Vânia (GO), Roberto Rocha (MA) e Romário (RJ).
Ainda na semana passada, tanto acusação quanto defesa apresentaram suas manifestações ao Senado e a expectativa é que o julgamento final de Dilma comece a partir do dia 29 de agosto.
Essa não é a primeira vez que o presidente nacional do PSB manifesta preocupação com a demora no processo de impeachment. Em julho, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o socialista destacou que a petista criou um clima político instável no país. “A questão é que, se ela tivesse conduzido bem a economia, tivesse dialogado com o Congresso, ela não seria cassada, como será. Ela errou na economia feio e na condução política de maneira mais feia ainda, estúpida eu diria”, analisou Carlos Siqueira.