Os segmentos de representatividade nacional das mulheres do PSB, do PDT, do PV, da Rede Sustentabilidade e do Cidadania estão engajados no movimento “Janelas pela democracia: impeachment já” e lançaram, nesta quinta-feira (21), um manifesto contra os retrocessos de Jair Bolsonaro diante do caos que o país enfrenta na saúde e em outras áreas, “com um presente e um futuro assoladores”.
Para as representantes dos partidos, Bolsonaro e seus defensores têm massacrado o povo brasileiro desde o primeiro dia de seu governo. “Quando implementa reformas cruéis contra as trabalhadoras e os trabalhadores, quando corta verbas de programas sociais importantes levando o povo já sofrido à miséria total, quando não respeita a pluralidade e diversidade do povo de nosso país”, pontuam no manifesto.
Com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento social, as mulheres chefes de família, as trabalhadoras formais e autônomas, a até aquelas que sofrem violência doméstica, acabaram sendo as mais vulnerabilizadas e afetadas.
O relatório “Mulheres no centro da luta contra a crise Covid-19”, divulgado no final de março pela ONU Mulheres, aponta que embora os homens representem entre 60% e 80% dos mortos pela doença, as mulheres são afetadas de maneira mais severa. Elas estão mais expostas ao risco de contaminação e às vulnerabilidades sociais decorrentes da pandemia, como desemprego, violência, falta de acesso aos serviços de saúde e aumento da pobreza.
Segundo o estudo, a pandemia afeta mais as mulheres porque 70% dos trabalhadores de saúde em todo o mundo são mulheres, fato que as expõe a um maior risco de infecção pelo novo coronavírus; com o isolamento, os índices de violência doméstica e feminicídio têm aumentado no mundo – como as mulheres estão confinadas com seus agressores e distantes do ciclo social, riscos para elas são cada vez mais elevados; entre os idosos, há mais mulheres vivendo sozinhas e com baixos rendimentos; com a pandemia, mulheres têm de se dividir entre diversas atividades, como emprego fora de casa, trabalhos domésticos, cuidado com filhos, educação escolar em casa.
Além disso, antes da Covid-19, elas desempenhavam três vezes mais trabalhos não remunerados do que os homens. Com o isolamento, a estimativa é que este número triplique. As mulheres também não estão na esfera de poder de decisão na pandemia: elas são apenas 25% dos parlamentares em todo o mundo e menos de 10% dos chefes de Estado ou de Governo.
“O governo que hoje lidera o país tem mostrado na prática todo o seu desprezo pelas mulheres fomentando políticas que ajudam a acirrar ainda mais o preconceito de gênero e as diferenças sociais e econômicas entre homens e mulheres. Nós, mulheres, somos alvos constantes de ataques nos nossos direitos e dignidade”, ressalta o manifesto.
Para as mulheres dos partidos, Bolsonaro não tem condições de continuar governando o Brasil e defendem o impeachment do presidente em prol da democracia.
“Pela democracia, para que o governo brasileiro se volte aos menos favorecidos, para que possamos nos livrar das maldades e falta de respeito conosco e com toda a sociedade, para que as pessoas se sintam respeitadas e dignas é que estamos unidas pelo impeachment de Bolsonaro”, concluem.
Janelas pela democracia
Na noite da última terça-feira (19), milhares de brasileiros em todo o país participaram do ato “Janelas pela Democracia”. Das janelas de suas casas, bateram panelas e gritaram pelo impedimento imediato de Bolsonaro, em defesa da democracia e das liberdades, e pelo fim dos retrocessos.
Organizado pelo PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania, o ato contou com a participação nas redes sociais de mais de 60 artistas, líderes políticos, sociais e religiosos, indígenas, sindicalistas, estudantes e ativistas de organizações não-governamentais.
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