Em entrevista nesta quinta-feira (18) à Rádio CBN, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, relatou a preocupação com a falta de profissionais de saúde para o enfrentamento da covid-19 em todo o país. Embora alguns estados tenham ainda condições de ampliar o número de leitos de UTI e enfermaria, governadores começam a enfrentar dificuldades para encontrar enfermeiros e médicos que possam preencher as vagas abertas e garantir atendimento aos pacientes.
A crescente carência de profissionais de saúde no país levou o PSB a ingressar no SUpremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (16), para pedir a suspensão dos impedimentos legais impostos pelo governo Bolsonaro que dificultam a contratação emergencial de médicos brasileiros ou estrangeiros formados no exterior, em especial aqueles que já atuaram no SUS pelo programa Mais Médicos.
“Nós aqui no Espírito Santo temos um estoque bastante grande de medicamentos e insumos, então, não temos problema com isso. O problema maior que começamos a enfrentar é de recursos humanos”, destacou Casagrande. Segundo ele, o Estado abriu o maior número de leitos de UTI per capita do país e está emprestando medicamentos a hospitais privados. A maior dificuldade, no entanto, é com a escassez de mão-de-obra.
Por isso, a opção do governo do Espírito Santo foi investir na infraestrutura atual da rede de saúde pública. “Nós temos um bom número de leitos de UTI abertos e com programação de abrir mais até o final de abril. Mas estamos, em alguns momentos, em alguns locais do Estado, tendo dificuldades de contratar enfermeiros, médicos intensivistas, fisioterapeutas “, relatou.
“Então, por isso, a nossa opção foi fazer investimento em hospitais que já estão funcionando, ampliando esses hospitais, porque isso dá mais segurança e fica um legado pós-pandemia para a sociedade capixaba”, destacou o governador.
Desde o início da pandemia, todos os capixabas que necessitaram de leitos de UTI foram atendidos. Os hospitais públicos do Espírito Santo acolheram ainda pacientes de outras localidades, como Amazonas, Rondônia e Santa Catarina. Agora, com a demanda em alta por leitos de UTI, o governo decretou quarentena preventiva em todo o Estado, “para que não tenhamos risco de ver uma pessoa precisando de leito de UTI e não conseguir ser atendida”, explicou Casagrande.
Outra preocupação, segundo Casagrande, é com a escassez de medicamentos para a sedação de pacientes que precisam ser entubados. Em diversos hospitais públicos e privados do país, os estoques de medicamentos sedativos, fundamentais para pacientes internados em UTI’s, estão perto do limite considerado seguro. Dezenas já relatam que há desabastecimento de algum tipo.
“Eu, ontem, inclusive solicitei ao nosso coordenador do Fórum dos Governadores, o governador Wellington Dias, para que possamos solicitar uma reunião com o novo ministro da Saúde, assim que ele tomar posse, e relatar as dificuldades da falta de insumos e medicamentos que já começamos a enfrentar nos estado. Podemos ter uma parceria com Ministério da Saúde para que haja compras internacionais”, declarou.
O Ministério Público Federal (MPF) protocolou no início desta semana uma ação pedindo ao Ministério da Saúde que os 1.419 trabalhadores temporários demitidos sejam reconvocados com urgência até que a situação dos hospitais seja regularizada. Na semana passada, os hospitais federais do Rio de Janeiro, por exemplo, estavam com 650 leitos impedidos, a maioria por falta de profissionais para manter o atendimento à população.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional