“Vai ter mulher trans em Brasília sim!” É com esta frase que a ex-BBB Ariadna Arantes confirma em suas redes sociais a sua candidatura à Câmara dos Deputados pelo Estado de São Paulo, em um post em 16 de março deste ano. Poucos dias antes do anúncio, ela teve um encontro, que definiu como decisivo para se filiar ao PSB, com o ex-governador e candidato a vice-presidente da República Geraldo Alckmin e com o ex-governador e candidato ao Senado Márcio França.
No dia 23 de março, Ariadna assinou sua ficha de filiação ao partido em um ato realizado na sede da Fundação João Mangabeira (FJM), em Brasília. Na ocasião, Alckmin também se juntou às fileiras do PSB.
Ariadna é mulher trans, ativista das causas LGBTQIAP+, maquiadora, esteticista, modelo e influenciadora digital. Ela foi a primeira transgênero a participar do reality show Big Brother Brasil em 2011 e estreia na vida política nas eleições deste ano.
“Há muitos anos tenho esse desejo de entrar na política, mas tinha muita insegurança. Hoje, mais madura, consigo pensar e entender melhor as questões sociais pelas quais mulheres e toda comunidade LGBTQIAP+ passamos no nosso país. Principalmente nós, mulheres trans, que não temos representatividade no Congresso Nacional”, afirma.
Confira abaixo a entrevista com a candidata a deputada federal Ariadna Arantes (PSB-SP):
– Por que decidiu ingressar na política?
Entrei na política através de um convite que recebi de um partido de direita, que neguei prontamente sem nenhuma indagação. Nesse momento, acendeu em mim um grande questionamento e fui levada a várias reflexões sobre minha vida e minha intervenção na sociedade. Decidi então buscar maneiras para contribuir com o coletivo, fazer o que eu já fazia, porém dessa vez de forma estruturada, organizada.
– Por que escolheu o PSB?
O PSB foi uma escolha emocional, na verdade, quando internalizei e percebi a necessidade de entrar no ambiente político para representar minha comunidade, a diversidade social ao qual eu pertenço, busquei um partido que me entendesse, que dialogasse com as minhas questões, que desse voz àquilo que eu acredito. Com a ajuda de amigos, em dois dias estava sentada ao lado de dois grandes líderes do partido e duas referências políticas no país: os governadores Geraldo Alckmin e Márcio França.
– O que é o socialismo para você?
Socialismo, para mim, é a base do que acredito, é o respeito às necessidades e demandas de um povo, de uma comunidade. Significa o avanço da consciência política e democrática, da liberdade e igualdade de direitos. É a teoria política e social que mais se aproxima das minhas ideias e das minhas interações e intervenções com os movimentos sociais que integro.
– Como você pretende fazer a diferença na política? Por que votar em você?
Eu quero fazer diferença para o meu povo! A política, para mim, será um instrumento para que eu possa chegar aonde eu preciso chegar! Existe uma única palavra que demonstra minha vontade, minha força e minha motivação para estar na política e ela se chama representatividade. Quem certamente precisa votar em mim são aqueles e aquelas que são invisíveis no Congresso, são seres humanos como eu que não se sentem representados.
– Quais serão suas pautas prioritárias de defesa na Câmara dos Deputados?
Como deputada federal eu entendo meu papel de fiscalizar o Poder Executivo, mas minha principal missão é representar algumas ideias em que acredito e que defendo nesta campanha, que são:
– Diversidade LGBTQIAP+ (como mulher trans);
– Mulheres (de uma maneira geral);
– Minorias (como LGBT nascida na periferia);
– Intolerância religiosa (como praticante do Candomblé e da Wicca);
– Educação e cultura (como prevenção é a maior arma no combate ao ódio, à pobreza e à desigualdade);
– Redes Sociais e crimes virtuais (como digital influencer, quero garantir direitos, regulamentar a profissão e também de forma transversal atuar combativamente contra os crimes virtuais que tem crescido no país).
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações do G1, Contigo, Splash UOL, Catraca Livre