Desde 2009, o último mês do ano é marcado por intensa campanha de conscientização a respeito da necessidade da doação de medula óssea em todo o País. Graças ao trabalho do líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea acontece todos os anos entre os dias 14 e 21 de dezembro.
Durante esse período, diversas atividades são desenvolvidas com o objetivo de incentivar o cadastro da população no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). A campanha foi instituída pela Lei nº 11.930, que ficou conhecida como Lei Pietro em homenagem ao filho do parlamentar gaúcho. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença.
A abertura da Semana acontece na manhã desta sexta-feira (13), no plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Na Câmara dos Deputados, a campanha será marcada pela realização da audiência pública Como melhorar a infraestrutura para a realização de transplantes de medula óssea, na próxima terça-feira (17). Na mesma data, também estará disponível, na Casa, unidade para cadastramento e coleta de amostra de sangue.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o Brasil registra cerca de 10 mil novos casos de leucemia a cada ano, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. De acordo com Beto, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “É uma loteria”. Por isso, quanto maior o número de doadores cadastrados, maiores as chances de que seja encontrado um com a medula apropriada.
A campanha idealizada pelo socialista já alcançou bons resultados. Ainda segundo o Inca, responsável pelo gerenciamento do Redome, em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Atualmente, o Brasil conta com mais de 3 milhões de pessoas na lista de voluntários, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Alemanha.
Doença – Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma. Sua confirmação, porém, é necessária pelo exame da medula óssea (mielograma). Nesse exame, retira-se menos de um mililitro do material esponjoso de dentro do osso e examina-se as células ali encontradas.
Doação – Para ser um doador de medula basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário.
No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome, juntamente com os dados do doador, que será procurado caso apareça um paciente compatível.
Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.