
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a criação de dois centros de comando, em Manaus, para integrar as operações policiais internacionais em nove estados da região amazônica. Elas vão atuar no combate ao garimpo ilegal e ao desmatamento, além de coibir a exploração ilegal de madeira, de terras e de recursos naturais.
Segundo o ministro, para o Brasil, serão destinados cerca de R$ 2 bilhões vindos do Fundo Amazônia, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Nacional de Segurança Pública. A medida vai integrar 34 novas bases de atuação no território, sendo 28 terrestres e seis fluviais, para criar uma malha que fortaleça a presença das forças policiais no lado brasileiro na Amazônia.
“Tivemos um crescimento de organizações criminosas na parte brasileira da Amazônia. E elas efetuam atividades como garimpo ilegal e desmatamento, além de exploração ilegal de madeira, de terras e de recursos naturais. É preciso aumentar o combate aos crimes na região”, defendeu Dino, durante a Reunião de Altos Dirigentes de Política sobre Crimes na Amazônia, nesta segunda-feira (7), em Belém do Pará.
O encontro, organizado pela Polícia Federal, reuniu autoridades do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, França (Guiana Francesa), Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além de representantes da Interpol e da Ameripol, par discutir a temática da criminalidade organizada transnacional no contexto amazônico, além de estratégias de cooperação internacional para o enfrentamento desses crimes.
“Teremos um centro de cooperação policial internacional com esses países que integram o TCA. Então, são trabalhos complementares e, por isso, nós escolhemos Manaus como a sede de ambos os centros pela posição geográfica e, para que com isso, esses centros possam trabalhar conjuntamente”, destacou o ministro.
Segundo Flávio Dino, o presidente Lula transmitirá, nesta terça-feira (8), aos dirigentes dos países que formam a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) convite para o trabalho de implantação do centro de cooperação policial internacional. “Estou vindo, por exemplo, do Amapá, nossa fronteira com a Guiana Francesa, com a França, por conseguinte. Estamos percorrendo esses cinco milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal brasileira, para apoiar nossos policiais e as forças de segurança”, explicou.
O ministro explicou que, o convite, ao ser aceito pelos outros governantes, significará um passo importante para que o grupo possa dar conta dos desafios e, também, da proteção das fronteiras. Para Dino, é preciso alcançar patamares mais altos de cooperação. “Temos uma longa trajetória de atuação no âmbito da Interpol. São organismos decisivos para que a gente possa dar conta da múltipla criminalidade na Amazônia”, salientou.
“Queremos preencher vazios. Se os aparatos legais não atuam nesses espaços vazios, outros atuarão. A sociedade precisa de normas. Ou as normas são oriundas dos governos ou a noção de normas virá de outras fontes, ilícitas, ilegais, que acabam estabelecendo poderes paralelos. Estamos todos os dias nos defrontando com essa realidade, não só na Amazônia”, disse.
Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública