O deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ) embarcou neste domingo (02), em missão oficial Partidária para Washigton, Estados Unidos. Ele participará da semana de trabalho no Capitolio (Parlamento Americano) em defesa de cinco cubanos presos há cerca de 15 anos nos EUA por acusação de espionagem.
Durante os dias 02 e 05 serão realizados reuniões no Parlamento Americano, atividades culturais, eventos públicos com a participação de deputados, senadores, personalidades, sindicalistas, militantes e simpatizantes a libertação dos cubanos de todo o mundo.
Glauber foi acompanhado do escritor Fernando Morais, autor do livro que conta a história desses Cubanos – Os últimos Soldados da Guerra Fria. Os dois representam o Brasil nessa missão, que terá a participação de diversos países.
O objetivo é lutar pelo combate à violação dos direitos humanos. Em 1998, o FBI prendeu os cinco cubanos radicados em território norte-americano sob a acusação de espionagem. Durante 17 meses, sem que fossem levados a julgamento, foram mantidos em celas solitárias. Em dezembro de 2001, foram condenados à prisão perpétua. Desde então, seus advogados de defesa tentam por apelação um novo julgamento fora de Miami, onde se encontra a máfia cubano-americana que pode ter influenciado nas decisões do júri, além de manter ferrenha campanha pela mídia.
Acusados de atentar contra a segurança nacional dos Estados Unidos, os cubanos tinham como missão descobrir planos de ataques contra Cuba, organizados em território estadunidense e com o aval do governo, que ocorrem desde o Triunfo da Revolução Cubana, em 1959. Em todo o mundo há comitês de luta pela libertação dos cinco, presos em pontos distantes dos Estados Unidos.
Em maio de 2011, René González que tem dupla cidadania – americana e cubana -, foi solto. Mas a justiça americana determinou que ele precisava passar três anos em liberdade supervisionada antes de voltar para Cuba. No mês passado, René renunciou a sua cidadania estadunidense e ganhou nos Tribunais o direito de cumprir o tempo restante de sua liberdade condicional em Cuba.
Glauber, que é defensor dos direitos humanos e do direito de justiça igualitária a todos, vê essa missão como um ato simbólico para as injustiças que também acontecem no Brasil. “Precisamos lutar pela justiça igualitária no Brasil e em todo o mundo. A minha defesa é que todos tenham as mesmas oportunidades e direitos”, afirmou.
Juristas concordam com o parlamentar que a pena dada aos cubanos foi injusta. Recentemente, o segundo o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e membro honorário vitalício da entidade, Cezar Britto, afirmou que magistrados do mundo inteiro analisaram o processo e é de entendimento geral que não existe relação dele com justiça. “O que temos nesse caso é a condenação de cinco pessoas apenas para afrontar a resistência cubana. Qualquer decisão contra Cuba é benéfica aos EUA e, nessa situação, a decisão é política, e não jurídica. Todos os povos têm direito a resistir quando seu território está em perigo e foi isso o que essas pessoas fizeram. Não podem ser condenadas por isso”, destacou.
Para o Conselheiro Político da Embaixada de Cuba, Rafael Hidalgo, o caso também trata de assunto político e a prisão dos cubanos é parte de uma represália ao regime de governo adotado em Cuba.
A representante do Comitê Internacional pela Libertação, Graciela Ramírez, acredita que esse é o momento ideal para uma ação pública nos Estados Unidos: “A reeleição do presidente Obama pode abrir novas portas, mas sabemos que isso só ocorrerá por meio dos esforços de todos os lados do mundo que lutam por reverter essa injustiça”, explicou.