O governador de Pernambuco e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, fez palestra na Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo, nesta segunda-feira (18). Acompanharam o evento cerca de 50 lideranças do agronegócio e representantes do segmento de máquinas e equipamentos e fornecedores de insumos.
Eduardo destacou a importância de fazer um diálogo "muito franco e respeitoso" com todas as entidades que representam o campo brasileiro e se aproximar dos diversos setores da sociedade e buscar pontos em comum que ajudem na construção de um programa de governo.
"PSB e Rede fizeram uma aliança programática, na qual decidimos, em torno de 3 pontos objetivos, construir um debate com a sociedade para a produção das diretrizes que vão lastrear o nosso programa de governo. Essas diretrizes estão sendo discutidas pelo grupo de trabalho, e queremos produzir um programa de governo que naturalmente vai falar sobre a atividade primária no Brasil, sobre o campo, sobre a logística, sobre a economia. E nós queremos expressar o nosso pensamento. Até lá, é um tempo de escuta, de procurar as entidades, de aproximar, de ver os pontos comuns que temos, e temos muitos", destacou o governador.
"Por exemplo, a nossa disposição de reforçar a presença da energia renovável na matriz brasileira é algo que une o agronegócio, o movimento ambientalista e as pessoas que querem energia renovável. Então temos aí um ponto concreto e objetivo. É preciso haver essa discussão, e nesse debate nós vemos que temos muitos pontos de convergência. Há muitas pessoas no agronegócio brasileiro que sabem que o valor da sustentabilidade é cada vez mais reclamado pelos consumidores Mundo afora. Os consumidores na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão, na China e na América Latina cada vez mais vão à gôndola querendo comprar um produto que tenha essa marca, e o agronegócio brasileiro desenvolveu, no tempo em que o Brasil parou, uma grande aliança entre o conhecimento e a produção, e fez com que hoje o agronegócio legue ao Brasil o dobro do saldo da balança comercial que o Brasil consegue produzir. Isso não é pouco relevante. Hoje, o agronegócio brasileiro produz 25% dos empregos. Isso não é pouco relevante. Por isso a nossa estada aqui, para fazer esse diálogo, essa aproximação, podermos aprender muito, levar as reivindicações, os pontos que são destacados pelas suas lideranças", relatou Eduardo Campos.
O governador afirmou ainda que tanto o PSB quanto a Rede têm se "dedicado fortemente" a um diálogo interno na formação dessas diretrizes, por considerarem que o momento é de se "focar nas afinidades". "Ainda não temos tido conversas mais objetivas com outros partidos, porque é o momento de se dedicar à formação dessas diretrizes. Mas é claro que vai chegar o tempo de fazermos o diálogo com outros partidos, e vamos fazer no tempo certo, ou seja, quando nós do PSB e da Rede já tivermos em mãos o documento de referência que vai lastrear o diálogo das alianças, que serão feitas em torno de um conteúdo que possa apontar para um Brasil melhor no futuro", explicou.
MENSALÃO – Indagado por jornalistas, ao final da palestra, sobre o que mudaria na política brasileira após as prisões dos envolvidos no caso do Mensalão, Eduardo Campos afirmou que espera que as mudanças ocorram para melhor. "Acho que agora é hora de todos tirarem lição desse episódio, e a história vai contar esse momento que nós vivemos. Para aqueles que estão na política e entendem que a política é fundamental para operar a mudança na vida das pessoas, fica o desafio de como todo mundo vai contribuir para que a política melhore. Cada um tem a sua contribuição a dar para que a gente tenha uma política de melhor qualidade no Brasil", ressaltou o governador.