O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, recebeu, nesta quarta-feira (10), o título de doutor honoris causa do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). A homenagem post mortem ocorreu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. Na cerimônia, realizada durante o 5º Seminário Internacional de Direito Administrativo e Administração Pública, compuseram a mesa o presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira; o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes; os governadores Rodrigo Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Flávio Dino (MA); o vice-governador Márcio França (SP); os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP); o presidente da OSB, Marcus Vinicius Coêlho; e o ex-ministro do STJ Gilson Dipp.
O ministro Gilmar Mendes iniciou as homenagens com um discurso que elevou o papel público de Eduardo Campos e falava do potencial que o ex-governador de Pernambuco ainda guardava para a política nacional. Logo após, entregou o título de Doutor Honoris Causa ao governador Paulo Câmara, que representava a família Campos. “Pleno de sonhos, Eduardo soube como ninguém disseminar ideias, mas também deu o melhor de si para colher resultados”. Clique aqui para ler o pronunciamento do ministro Gilmar Mendes na íntegra.
Carlos Siqueira, disse que o político “tinha mais do que um compromisso com uma classe social, tinha compromisso com nosso país e compromisso pleno com os desafios que o país deve enfrentar”.
Siqueira explicou que o economista Eduardo enxergava o desenvolvimento como o maior desafio do Brasil. “Falo do desenvolvimento que se preocupa em livrar o país da condição de apenas exportador de commodities, capaz de gerar renda e justiça social, com cidadãos emancipados, livres de programas assistencialistas”. E finalizou: “Eduardo é de uma geração que quer mudar o seu país, são filhos da democracia. O país estaria numa situação vibrante se tivéssemos mais homens como Eduardo Campos na liderança do país”.
O senador Aécio Neves fez uma fala mais pessoal e contou como recebeu a notícia da morte do então candidato à presidência da República. “Eu estava pousando em Natal, em um avião exatamente igual ao que ele estava. A única coisa que vinha na minha mente era sua família. E ele tinha uma alegria, uma capacidade de ser feliz, o prazer pela vida, o que talvez tenha feito dele o grande homem que foi. Era a faceta mais marcante desse jovem idealista”, destacou o mineiro.
“Eu peço licença ao Grande Timoneiro para dizer: eu temia, eu amava Eduardo”, disse Aécio Neves, ao citar fala de Ulysses Guimarães sobre a morte de Tancredo Neves.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, contou que, nos momentos mais complicados, teve Eduardo Campos como conselheiro. “Ele era mais experiente, embora mais jovem, por ter entrado cedo na política. [Ele] tinha um respeito muito grande pela atividade política, tanto é que nunca foi visto atacando ninguém”, disse.
O vice-governador de São Paulo, Márcio França, emocionou a plateia ao relembrar o dia 13 de agosto, dia do acidente que vitimou Eduardo Campos. França finalizou o seu discurso dizendo que “tem pessoas que não são enterradas, são plantadas. E Eduardo plantou uma grande semente nos nossos corações e nós vamos levar essa semente para todo o Brasil”.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, por sua vez, leu uma carta redigida por Renata Campos, esposa que acompanhou a maior parte da vida do homenageado.
“Eduardo deixou marcas brilhantes na cultura de gestão pública do Brasil e na cultura. E essas marcas devem ser sempre lembradas. Eduardo trouxe para a Administração Pública valores que estavam há muito ausentes. Entres os mais importantes, o dever de ser eficiente e de atender aos mais pobres”, salientou Renata. “Tenho confiança de que o sentimento deixado por Eduardo Campos inspirará as próximas gerações para que, no futuro, o Brasil seja mais fraternal para todos”. Clique aqui para ler a mensagem de Renata Campos na íntegra.
A homenagem foi finalizada com uma poesia declamada pelo poeta Antônio Marinho.
O evento contou com a presença dos principais quadros nacionais do Partido Socialista Brasileiro, políticos de outros partidos e juristas de todo o Brasil.
Título Honoris Causa
“ A Escola de Adminsitração de Brasília – EAB/IDP outorga a Eduardo Henrique Accioly Campos o título de Honoris Causa ( in memoriam) por sua relevante contribuição para a modernização da Administração Pública e para o fortalecimento da democracia do Brasil”.