O intercâmbio entre o Amapá e a Itália ganhou contornos concretos durante o encontro da delegação estrangeira com o governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), e equipe de governo. A reunião aconteceu na última quinta-feira (8) e o assunto principal foi a intenção mútua de firmar acordo de cooperação baseado em três eixos: turismo sustentável, artesanato e agricultura familiar. A delegação está no Amapá a convite do senador João Capiberibe, também responsável pelo intercâmbio entre o Brasil, por meio do Amapá, e a Itália, que começou durante sua gestão como governador do Estado.
Na reunião ficou claro que os pontos de interesses comuns favorecem o entendimento. A agricultura familiar é considerada o elo principal pelos resultados positivos obtidos com a cooperação nos anos 90. É dessa época a iniciativa de criação das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), ideia trazida para o Amapá por ONG's italianas. A valorização do trabalho no campo e inserção dos jovens nas atividades ainda hoje é trabalhada no Estado e atualmente passa por um processo de atualização do método. Há interesse entre as partes em concretizar o intercâmbio entre estudantes e professores.
O governador Camilo fez um breve relato para os visitantes de alguns projetos que estão sendo colocados em prática pelo governo para melhorar a qualidade e vida do homem do campo, que reflete em quem mora na cidade. "Estamos implementando o Programa Territorial de Agricultura Familiar e Floresta (Protaf). Temos políticas para o extrativismo e para a regularização de terras na zona rural", exemplificou. O presidente da Confederação de Agricultores da Itália, Giuseppe Politi, acrescentou que as cadeias produtivas existentes devem ser valorizadas com foco para a diversificação do produto para garantir mais renda para quem cultiva.
"O pequeno agricultor tem que ter terra disponível para plantar e outros incentivos, e isso este governo está promovendo. Vamos aprender muito com o Amapá e vice-versa. Temos que mandar para cá pessoas que aprendam as técnicas de agricultura sustentável, as iniciativas são exemplares. Também temos o que mostrar e muita experiência. Será um grande prazer contribuir para o desenvolvimento do Amapá. A força da cooperação é dar e receber", disse o presidente.
Os secretários presentes no encontro apontaram sugestões que viabilizam a parceria nas áreas de interesses comuns. O senador Guido Pollice afirmou que, além do intercâmbio de estudantes e mestres, há possibilidade de implantação de pequenas empresas italianas no Amapá que irão transferir experiência e tecnologias necessárias para o aperfeiçoamento e valorização da indústria amapaense.
"Os projetos que são trabalhados ou estão em fase de planejamento podem ser melhorados. A área de designer, agricultura sustentável, serviços ambientais, agropecuária e artesanato são alguns exemplos que podemos citar", concordou o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Antônio Cláudio.
Para o senador italiano, nos setores de interesses comuns, a reciprocidade torna a cooperação possível, e enumerou os pontos que precisam de sintonia para dar certo. Ele afirmou que turismo, artesanato e produção naval são atrativos que estão sendo melhorados e incentivados, e que servem de porta de entrada para o intercâmbio. "São pontos que precisam ser mais valorizados para dar mais visibilidade para o Amapá. Os interesses recíprocos apontam para o sucesso do intercâmbio", declarou o senador.
Ficou definido que técnicos do governo do Estado darão continuidade ao processo que vai viabilizar a formalização da cooperação entre o Amapá e a Itália.