Em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (26), a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) condenou os elogios à ditadura militar e ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, feitos pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A socialista disse que o parlamentar fez apologia ao “Estado criminoso, assassino, promotor de desigualdades e exclusão”.
“É elogiar um período triste da história, quando o debate de ideias foi impedido pela força bruta criminosa, quando vivemos 21 anos de escuridão e retrocessos", disse a deputada do Amapá.
Janete cobrou que a Câmara dos Deputados tome providências sobre Bolsonaro. "Esta Casa não pode se omitir diante de tamanha afronta aos princípios da democracia, como também a sociedade democrática não pode tolerar a impunidade de crimes imprescritíveis."
A deputada ressaltou ainda que "o ódio contra os princípios democráticos não pode ser aceito como liberdade de expressão e acobertado pela impunidade parlamentar", pois isto ameaça a democracia, a liberdade, os direitos e a integridade física de todos.
"Na democracia, há previsão legal de crimes que afrontam a liberdade e a vida humanas, seu maior valor. Saudosistas de um Estado criminoso não cabem na democracia, pois são seus piores inimigos. Inimigos da garantia dos direitos, da igualdade diante da lei, da ampla defesa e da garantia da vida", afirmou.
Janete relembrou a história de sua vida no período da ditadura. Em 1971, então estudante secundarista, militante na Ação Libertadora Nacional, foi presa quando estava grávida de 8 meses da filha mais velha e teve os outros dois filhos no exílio no Chile. "Esta foi a forma de evitar que fôssemos presos, torturados, desaparecidos, mortos, como foram tantas companheiras e companheiros que ousavam protestar contra um Estado doentio", recordou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional