O prefeito de Maceió, JHC, anunciou investimento de R$ 76 milhões para o desassoreamento do Riacho Salgadinho, a maior obra ambiental da capital de Alagoas. O desaguador, que percorre 17 bairros, foi símbolo da capital alagoana até a década de 1950, quando, com a urbanização da cidade, passou a receber águas provenientes de vasos sanitários, chuveiros, lavatórios de banheiro e pias de cozinha. Trata-se de um marco histórico para a população local, que há décadas sonha com a recuperação das águas do riacho.
As obras serão realizadas a médio e longo prazo e incluem a implantação de jardins filtrantes, uma tecnologia de baixo custo e de fácil manutenção para o tratamento de esgoto. Serão construídas cinco estações elevatórias ao longo dos riachos que vão levar os efluentes para um emissário submarino, que serão tratados e devolvidos ao mar. Haverá ainda oito barreiras de contenção para evitar que resíduos sólidos cheguem ao mar.
“Essa é uma obra que mostra que até nos 206 anos, Maceió pode renascer, e renasce da melhor maneira. O Riacho Salgadinho pertence a todos maceioenses e alagoanos, é o resgate e recuperação do nosso meio ambiente, que não pode ser deixado para trás. Será um projeto muito bonito que em pouco mais de dois anos entregaremos para Maceió. Vamos investir com muita coragem para arcar com toda a responsabilidade que vai melhorar a vida de 300 mil habitantes, e essa é uma obra que marcará para sempre a história de Maceió”, afirmou JHC.
Também está prevista a criação de travessias, zonas de convívio, com calçadas requalificadas, acessíveis e bem iluminadas, além da pavimentação asfáltica adequada das pistas. As obras contemplarão, além do Salgadinho, a requalificação ambiental dos riachos do Reginaldo, Pau d’Arco, do Sapo, Gulandi e Águas Férreas.
O resgate do riacho já foi cercado por banhistas, lavadeiras e pescadores, mas hoje exala mau-cheiro e mancha a imagem da capital. Tudo será feito pelo programa Renasce Salgadinho, que faz parte do Maceió tem Pressa. Serão ao menos 20 intervenções no desaguador, entre requalificação ambiental, melhorias no sistema de drenagem, entre outras.

Foto: Divulgação
História
Por muitos anos, diferentes gestores municipais tentaram despoluir o Riacho Salgadinho, mas nenhuma das tentativas tiveram sucesso e a poluição só aumentou.
Conhecido primeiramente como Maçayó, a extensão do riacho Reginaldo, só ganha o nome de Salgadinho perto da sua foz, quando entra em contato direto com água do mar. Sua nascente ficava no Poço Azul, localizado no bairro do Jardim Petrópolis, em Maceió. Ela já não existe mais desde 2006.
Viveu a sua época de glória com a construção do Hotel Atlântico, na Praia da Avenida, próximo ao Centro de Maceió, que durante muitos anos foi o mais procurado pelos turistas. Porém, com o passar do tempo, o descaso público e a falta de consciência ambiental transformaram o riacho em um esgoto a céu aberto.
Especialistas apontam que o desmatamento da vegetação nativa, a impermeabilização do solo e a explosão de poços artesianos são os principais fatores de extinção da nascente. Isso sem contar no crescimento habitacional nos bairros às margens do rio que, sem controle algum, foi realizando ligações clandestinas de esgoto que terminavam por desaguar no leito.
Com informações da Prefeitura de Maceió e da Gazetaweb