O ex-radialista Jonas Donizette (PSB) foi empossado prefeito de Campinas (SP) na terça-feira (1), na Câmara de Vereadores. A cerimônia começou com meia hora de atraso, às 10h30, e durou uma hora. Também tomaram posse o vice dele, Henrique Magalhães Teixeira (PSDB), e os 33 vereadores.
Donizette chegou à Câmara de táxi e assinou o termo de posse com uma caneta dada por uma deficiente visual. Durante o primeiro discurso como prefeito, pregou a decência e a igualdade social, além de mencionar como principais desafios da administração a saúde, a educação e a mobilidade urbana. Donizette lembrou também da ampliação de Viracopos e da implantação do Trem de Alta Velocidade.
No discurso, que teria sido escrito pelo próprio prefeito, ele também agradeceu o apoio dos eleitores e se comprometeu a priorizar a população pobre em sua administração. "São eles que requerem maior atenção do poder público e precisam de mais de oportunidades. O sociólogo Darci Ribeiro disse de forma correta que, enquanto tivermos a escola do filho do rico e a escola do filho do pobre, nós não teremos uma sociedade mais justa", disse.
Donizette, que foi vereador por três vezes em Campinas, encerrou o discurso parafraseando a expressão de abertura das sessões da Câmara. "Termino este meu discurso de posse com uma fala que é comum aos vereadores pois marca o início de cada sessão, mas para mim é muito mais do que uma simples fala, é a minha crença pessoal: 'Envocando as bênçãos e a proteção de Deus, iniciemos os nossos trabalhos por Campinas".
Curiosidade histórica
O vereador mais bem votado, Artur Orsi (PSDB), presidiu a cerimônia e deu a posse ao prefeito e ao vice. A tradição, este ano, teve um significado especial para os tucanos Orsi e Magalhães Teixeira, que reviveram o passado dos pais, José Roberto Magalhães Teixeira e Edivaldo Orsi, que há exatos 20 anos foram empossados prefeito e vice na mesma casa. Na mesma ocasião, também era empossado Jonas Donizette, à época eleito vereador.
"Hoje assume os comandos da cidade uma nova geração de políticos, comprometidos com o futuro que Campinas merece. Mas também orgulhosos do legado deixado por seus antepassados", disse Orsi durante a solenidade.
Sobre Jonas Donizette
Jonas Donizette foi eleito em outubro, quando venceu o petista Marcio Pochmann no segundo turno com 57,69%, ou seja, 315.488 votos. O concorrente pelo PT foi escolhido por 42,31% dos eleitores, ou 231.420 votos.
O pessebista tem 47 anos, é deputado federal desde 2011, quando foi eleito com 162,1 mil votos, metade deles dada por eleitores de Campinas. O político mineiro nasceu em Monte Belo, no Sul do Estado e é o 20º filho de um casal de agricultores daquela região. Aos 4 anos, mudou-se com a família para o interior de São Paulo e, após tornar-se conhecido como radialista, à frente de programas populares em emissoras locais, construiu a carreira política a partir de 1992.
À época integrante do PSDB, Jonas se elegeu vereador de Campinas e foi o parlamentar mais jovem daquela legislatura. Em 2001, se desligou do PSDB e filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro, o PSB. Na nova legenda, garantiu a reeleição nos dois pleitos seguintes, mantendo-se na Câmara Municipal até 2002, quando foi eleito deputado estadual. Na Assembleia Legislativa de São Paulo, conseguiu a reeleição em 2006.
Jonas disputou a Prefeitura de Campinas em três ocasiões: 2004, 2008 e 2012. Durante a campanha deste ano, aparece em primeiro lugar em todas as pesquisas Ibope e tornou-se o principal alvo de críticas e acusações por parte dos outros seis oponentes.