O deputado federal José Stédile (PSB-RS) viajou ao Paraguai no final de semana de 21 de maio para acompanhar as eleições gerais e estaduais do país. Ele integrou a comitiva de parlamentares da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), que contou também com a participação dos senadores Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Roberto Requião (PMDB-PR) e do deputado Renato Molling (PP-RS).
A convite do parlamentar paraguaio Ignacio Unzain Mendoza, o grupo participou do Observatório da Democracia. Eles também participaram de atividades propostas pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral.
Stédile conta que, apesar da aparente tranquilidade do dia da votação, as eleições ocorreram com várias denúncias de compra de votos, compra de lugares nas listas de parlamentares e até de compra de indicação como candidato à presidente.
O presidente eleito Horacio Cartes, do Partido Colorado, se elegeu com 46% dos votos. “Cartes é um rico industrial que fez fortuna principalmente com fábricas de cigarros, boa parte deles contrabandeados para o Brasil”, afirma Stédile.
Segundo o deputado, as duas surpresas nas eleições foram: a derrota do Partido Liberal, que governava o País após o golpe parlamentar que derrubou Lugo; e a eleição de cinco senadores da Frente Guasu, que levou também o ex-presidente Lugo ao Senado.
No Paraguai, destaca Stédile, a votação é em listas e não são raras as denúncias de compra de vagas, bem como, do abuso do poder econômico para manter as direções partidárias. “Fica o exemplo para o Brasil: enquanto não tivermos partidos fortes e verdadeiramente democráticos, o voto em lista é um atentado à igualdade de direitos.”