A CPMI da Petrobras promoveu nesta terça-feira (2) acareação entre os ex-diretores da empresa Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró. Na ocasião, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) apresentou ao vice-presidente da CPMI, senador Gim Argelo (PTB-DF), questão de ordem para pedir à Procuradoria Geral da República, cópia dos termos da delação premiada. O socialista lembrou que a testemunha tem o direito inviolável de permanecer em silêncio, em contrapartida destacou que a CPI é um foro de investigação equiparada ao judicial pela própria Constituição.
"Por esse motivo, os depoentes que firmaram compromisso de delação premiada no Ministério Público também devem colaborar e responder às perguntas, sob pena de perderem os benefícios processuais nesta Vara Federal. Essa questão de ordem servirá para evitarmos essa ladainha de ‘não respondo isso, não respondo aquilo'", explicou o deputado.
Ainda em seu discurso, Júlio Delgado disse que a investigação feita no Ministério Público e presidida pelo juiz federal é mais competente do que a investigação feita pelo parlamento. “Contudo, a Constituição não diferencia essas duas investigações. Talvez essa daqui seja mais legítima, por nós termos sido eleitos pelo povo”.
Apesar de não comentar sobre detalhes ditos na delação premiada acertada com o Ministério Público e a Polícia Federal, Paulo Roberto Costa acabou confirmando, durante a audiência com os parlamentares, o conteúdo da delação. Segundo ele, foram 80 depoimentos em mais de duas semanas de delação e que a cada depoimento, apresentou provas para corroborar as informações.