Indicadores de segurança pública no Brasil não deixam dúvida da disparidade racista nos índices de violência. Jovens negros ainda são as maiores vítimas de homicídio no País. O tema foi discutido nesta terça-feira (30) na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. Para a deputada federal Keiko Ota (PSB-SP), só investimentos em educação vai conter a elevação dos índices.
Dados do Mapa da Violência 2011 apontam que no período de 2002 a 2008 ocorreu um crescimento do número de homicídios entre os negros e a diminuição entre a população branca. Enquanto número de vítimas brancas caiu 22,3%, o número de vítimas negras teve um crescimento de 20,2%. “A violência no Brasil já virou epidemia e atinge a todos, embora ainda vitime mais os negros. Estive essa semana com a Secretária de Segurança Pública de São Paulo e ela me disse que a violência é hoje o maior problema do estado”, afirmou a deputada Keiko Ota.
Para diminuir o problema, a deputada aponta que a educação devem ir além da educação formal, didática. Keiko cita como exemplo o projeto experimental que ela deve executar em duas das salas de aula mais violentas de São Paulo. O projeto, que ainda não foi iniciado, vai aplicar nas turmas uma metodologia oriental de promoção da cultura de paz.
Outro ponto que deve ser resolvido é a formação de policiais, aponta. Keiko afirma que a polícia, em muitos casos, pratica preconceito institucional quando comete atos de violência contra negros. “Temos que qualificar esses profissionais. O racismo acaba quando as pessoas enxergam que todo mundo é igual”, conclui.