O fosso existente entre o que está nos códigos da lei e a realidade brasileira dos altos índices das vítimas de violência está com seus dias contados. No intuito de discutir a fundo esta questão, a Câmara dos Deputados sedia nesta sexta-feira (10), o 1º Seminário Nacional dos Direitos Humanos das Vítimas de Violência, às 9h, no auditório Nereu Ramos.
O evento, organizado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, vai buscar mecanismos para conter os índices de assassinatos que superam os dos países em guerra, e as vítimas "invisíveis" desse holocausto nacional: os seus familiares.
A deputada Keiko Ota (PSB-SP) foi convidada para participar do seminário e destaca a importância de debater os pontos que ainda não evoluíram no combate à violência. “Durante a reunião, vou lançar um abaixo assinado eletrônico para que toda sociedade saiba o que é preciso para evoluir neste sentido. Teremos a presença de personalidades que sofreram com a perda de entes queridos para a violência, como é o exemplo da escritora Gloria Perez”, explicou a socialista.
Para discutir a questão, a Secretaria de Justiça convocou profissionais de reconhecimento internacional, como a psiquiatra, escritora e especialista em comportamento humano Ana Beatriz Barbosa e a procuradora de Justiça de São Paulo e também escritora, Luiza Nagib Eluf, especialista em violência sexual e homicídio de mulheres.
Números alarmantes
A violência mata 1,6 milhão de pessoas por ano. O número foi revelado pela Organização Mundial da Saúde, que também decreta a violência como a principal causa de mortes de pessoas entre 15 e 44 anos. Comparar o Brasil com países em situação de extrema violência, como a Angola, que vive em guerra civil há 27 anos, revela a situação alarmante nos estados brasileiros.
Um milhão de pessoas morreram no Brasil nos últimos 30 anos, enquanto morreram 550 mil na Angola, no mesmo período, de acordo com dados do instituto Sangari. Em outros conflitos armados, como no Iraque e Afeganistão, juntos somam 89 mil mortes até 2007.
As inscrições para o seminário podem ser feitas pelo site www.sejus.df.gov.br.