A deputada Keiko Ota (PSB-SP) se solidarizou à dor da família da adolescente Yorrally Ferreira, de apenas 14 anos, brutalmente assassinada em fevereiro deste ano na cidade do Gama, no Distrito Federal. Nesta terça-feira (15), a parlamentar socialista participou de uma manifestação pacífica com uma caminhada que saiu da Câmara dos Deputados e seguiu até a frente do Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes.
Repetindo palavras de ordem e todos vestidos com camisetas brancas eles pediam providências das autoridades, em especial da presidente Dilma Rousseff, com relação a crimes cujos autores permanecem impunes. A grande reclamação deste ato era o fato de que muitos autores de crimes bárbaros como este registrado no DF sejam menores e, portanto, fiquem impunes.
Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam o fim da impunidade e justiça. Uma das faixas com as frases “o Brasil pede socorro” e “que País é este?” traduzia bem o sentimento da manifestação da qual participaram não só parentes da adolescente assassinada como também amigos da família e parentes de outras vítimas de crimes que ficaram impunes.
A deputada Keiko Ota, que teve o filho Ives assassinado há 16 anos, disse entender bem a dor da mãe da menina Yorrally Ferreira, Rose Ferreira, que estava muito emocionada durante a manifestação desta quarta-feira. “Todos sabem que eu também sou mãe e igualmente sou vítima da violência. Meu filho foi brutalmente assassinado aos oito anos de idade. Realmente nossos filhos não voltam, mas eu pergunto que país é este com 110 mil homicídios por ano, tanto sofrimento e números que superam as guerras?”
Na frente do palácio do Planalto a deputada Keiko Ota se somou às vozes que pediam providências da presidente Dilma Rousseff. “Meu mandato é para dar vez e voz às famílias vítimas de violência, que não conseguem manifestar sua dor, mas lutam por justiça. Não queremos que outros pais e mães passem pelo que passamos”, disse a parlamentar do PSB afirmando que a dor de perder um filho não acaba jamais.
Presente na manifestação, Maura Emanuele da Silva disse que não poderia ficar sentada em casa quando um ato como este era realizado no coração de Brasília. Ela não perdeu nenhum parente por crime, mas fez questão de se solidarizar e apoiar a manifestação. “Quantas mães ainda terão que chorar a morte de filhos?” questionou.
O crime
O assassinato de Yorrally Ferreira chcou o Distrito Federal e o País. O autor do crime foi o namorado da menina que além de desferir um tiro contra ela ainda postou fotos do corpo nas redes sociais. Na legenda da foto, o jovem escreveu: “Descanse em paz amor, vai com Deus”. A mãe, Rose Ferreira, afirmou na época que a filha vinha sofrendo ameaças.