A Liderança do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Câmara realizou, nesta terça-feira (13), o seminário Regulamentação da Profissão de Cientista. O objetivo, de acordo com o autor da iniciativa, deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ), era que os parlamentares e convidados discutissem e apresentassem propostas para melhorar as condições de trabalho desses profissionais.
Glauber explicou se sentiu motivado a realizar o encontro ao assistir a um programa de TV em que a cientista Suzana Herculano-Houzel defendia a profissionalização do setor. “Ela disse que o atraso tecnológico no Brasil também passa pela regulamentação da profissão de cientista, e a partir daí quis trazer o debate ao Congresso”, contou.
Além de Glauber, formaram a mesa de abertura do evento o líder da Bancada socialista na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), e os deputados Ariosto Holanda (PSB-CE), Paulo Teixeira (PT-SP) e Izalci (PSDB-DF).
Apesar de defender a regulamentação, Ariosto disse que esse momento leva à reflexão. “Quando falamos em regulamentar a profissão de cientista temos que perguntar o que é um cientista, porque nós precisamos de parâmetros”, disse.
O parlamentar cearense afirmou que o trabalho na área de Ciência e Tecnologia começa com o ensino fundamental. “Deveríamos começar a trabalhar esse tema lá na base, mas não temos uma política pública que fortaleça o jovem”, questionou.
Professora no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Suzana demonstrou sua frustração com a situação. “Venho aqui como cientista para expor um fato, alertá-los para as consequências e pedir que ajam”, disse.
Ela informou que diversos jovens são os responsáveis pelos trabalhos científicos no Brasil, ainda que de forma irregular, o que pode gerar denúncia ao Ministério Público do trabalho. “A pior situação imaginável seria o fechamento dos laboratórios e dos centros de pesquisa, o que paralisaria a produção científica no País”, explicou.