Ao participar nesta quinta-feira (6/6) de audiência pública promovida no Senado para debater as ações de segurança em megaeventos esportivos e religiosos que o Brasil sediará, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) indagou os participantes sobre quais ações serão desenvolvidas para combater a prostituição infanto-juvenil, o tráfico internacional de pessoas e o terrorismo. A senadora também pontuou a importância dos legados que a população vai herdar após esses megaeventos, destacando que não são apenas heranças de infraestrutura mas, principalmente, sociais, culturais, de turismo e também de segurança.
Dos eventos internacionais de massa programados para o País, a Jornada Mundial da Juventude, em julho, deverá se traduzir no maior desafio devido às suas proporções: são dois encontros de jovens católicos previstos para acontecer na praia de Copacabana, sendo esperados 1,5 milhão de fiéis em cada dia. “Será como se tivéssemos dois réveillon seguidos”, comparou o subsecretário extraordinário para grandes eventos do Rio de Janeiro, Roberto Alzir Dias Chaves, durante a audiência promovida conjuntamente pelas Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.
O diretor de operações da Secretaria de Grandes Eventos do Ministério da Justiça, José Monteiro Gomes Neto, também considerou a segurança na Jornada Mundial da Juventude mais desafiadora que a da Copa das Confederações. Garantir segurança, fluidez nos deslocamentos e tranquilidade para as pessoas tem sido a maior dificuldade para quem lida com a gestão de multidões, segundo revelou, principalmente porque será a primeira aparição internacional do Papa Francisco.
Terrorismo – A senadora Lídice da Mata também perguntou sobre estratégias de prevenção e combate a eventuais ações terroristas. Segundo o presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza, que participou da audiência, o recente atentado terrorista ocorrido durante a Maratona de Boston, nos Estados Unidos, pode se repetir em qualquer evento esportivo, em qualquer País do mundo. Ele alerta para o fato de a situação se tornar mais grave pela possibilidade de ações isoladas de criminosos, sem o suporte de grandes grupos terroristas.
Para prevenir possíveis atos de violência, a Abin já realizou 140 relatórios de avaliação de risco focando a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que serão realizadas, respectivamente, em junho e julho. Além disso, conforme Trezza, o órgão está fazendo pesquisa de credenciamento, com mais de 200 mil nomes, estruturou centros de inteligência regionais e está intensificando o intercâmbio com serviços internacionais.
Assista ao vídeo com a fala da senadora Lídice da Mata durante a audiência.
*Com informações da Agência Senado